A guerra na Ucrânia, que começou há quase três anos, já resultou na morte de cerca de 300 soldados da Coreia do Norte, de acordo com um relatório apresentado pelo parlamentar sul-coreano, Lee Seong-kweun. Além disso, outros 2,7 mil soldados norte-coreanos teriam ficado feridos no conflito, que opõe a Rússia à Ucrânia. As revelações surgem em meio a evidências crescentes de que a Coreia do Norte enviou mais de 10 mil tropas para apoiar a Rússia nesta batalha.

Desde o encontro entre os líderes Vladimir Putin e Kim Jong-un em novembro de 2024 em Pyongyang, onde assinaram pactos de defesa mútua, a cooperação militar entre os dois países se intensificou. Contudo, as informações sobre a presença de tropas norte-coreanas nas frentes de combate geram controvérsia e resistência a reconhecimento por parte do Kremlin e de Pyongyang.

Recentemente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou que 3 mil soldados norte-coreanos poderiam ter sido mortos ou feridos, enquanto Seul afirmou que ao menos 1 mil soldados da Coreia do Norte já havia sido retirados do conflito. A situação se torna ainda mais intrigante com a captura de dois soldados norte-coreanos na região de Kursk, onde eles estão sendo interrogados pelas autoridades ucranianas. O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) confirmou que um vídeo dos dias de captura mostrava os homens feridos, mas a veracidade da nacionalidade deles ainda não foi confirmada de forma conclusiva.

Zelensky também manifestou a intenção de trocar os soldados norte-coreanos capturados por militares ucranianos que estão em cativeiro na Rússia. Em uma declaração nas redes sociais, ele sugeriu que aqueles que optarem por não retornar poderiam contribuir para a paz ao disseminar a verdade sobre o conflito.

No campo internacional, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, levantou preocupações sobre uma possível troca de tecnologia entre Rússia e Coreia do Norte, que incluiria apoio militar em troca de ajuda na área espacial. Blinken alertou que isso reforçaria a posição da Coreia do Norte como uma potência nuclear, já que tal colaboração poderia incluir desenvolvimento de tecnologia avançada de satélites.

Enquanto a tensão geopolítica se intensifica, o impacto desta colaboração entre Rússia e Coreia do Norte no contexto da guerra da Ucrânia poderá provocar repercussões a longo prazo nas dinâmicas de segurança da região e nas relações internacionais.