Guerra das Conexões: Empresas Regionais Rebatem Críticas de Presidente da Claro
2024-11-06
Autor: Julia
As declarações de José Félix, presidente da Claro, durante o Painel Telebrasil em Brasília, geraram uma onda de reações. Ele criticou as políticas da Anatel que permitiram a entrada de novos provedores de internet no mercado, alegando preocupações com a qualidade das redes e a segurança das telecomunicações no Brasil. Segundo ele, a abertura total do setor resultou em precarização e obsolescência das infraestruturas de telecomunicação.
No entanto, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) não tardou a responder. Para a entidade, as afirmações de Félix refletem o medo das grandes operadoras em relação à ascensão dos provedores regionais, que têm se mostrado vitais para a conexão em áreas historicamente negligenciadas. Eles ressaltam que essas empresas oferecem serviços de qualidade a preços justos, promovendo uma concorrência saudável que força as grandes a melhorar seus serviços.
A Abrint destacou que mais de 20 mil provedores regionais atualmente são responsáveis por mais de 50% dos acessos à banda larga no Brasil, trazendo internet de alta velocidade para o interior do país e competindo diretamente com as grandes operadoras em áreas urbanas.
Outro ponto levantado por Félix foi a crítica à proposta da Anatel de expandir essas políticas para a telefonia móvel. Ele alertou que a intenção de criar um cenário similar ao da banda larga fixa, com um grande número de provedores de telefonia celular, poderia desorganizar o setor. ‘Precisamos pensar que país queremos’, disse Félix, enfatizando a necessidade de uma infraestrutura moderna que gere empregos e impostos razoáveis.
Em contrapartida, a Abrint defendeu que a democratização do acesso à internet e a elevação da qualidade dos serviços têm um impacto direto na vida dos cidadãos, oferecendo mais opções e preços mais justos. A concorrência, segundo a associação, é essencial para garantir um equilíbrio no mercado, o que resulta em benefícios diretos para o consumidor.
Ainda em sua nota, a Abrint provocou o mercado financeiro ao sugerir que talvez os investidores estivessem avaliando erroneamente o potencial das parcerias público-privadas (PPPs). ‘A diversificação dos investimentos, apostando nas PPPs, pode ser uma estratégia frutífera para estimular o crescimento e a inovação no setor de telecomunicações’, concluiu a associação.
Esse embate entre as grandes operadoras e os provedores regionais destaca a crescente relevância das empresas menores em um mercado que, a cada dia, se torna mais competitivo e dinâmico.