Saúde

Grupo trans aciona MPF após Meta permitir associações prejudiciais à comunidade LGBT

2025-01-08

Autor: Gabriel

Grupo trans aciona MPF após Meta permitir associações prejudiciais à comunidade LGBT

A recente mudança nas regras de moderação de conteúdo das plataformas Meta, incluindo Facebook e Instagram, gerou um rebuliço na comunidade LGBT ao permitir alegações infundadas de que a identidade de gênero ou orientação sexual pode ser classificada como uma "doença mental". A Meta argumenta que essas alterações são uma resposta aos pedidos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca liberalizar a forma como as redes sociais operam.

“O discurso político e religioso sobre o transgenerismo e a homossexualidade agora pode ser veiculado livremente. Essa ação claramente visa abrir espaço para ataques contra as pessoas trans”, afirma a Antra, associação que luta pelos direitos da população trans. Mais preocupante é o efeito cascata que essas mudanças podem ter em plataformas onde já existe uma disseminação alarmante de discursos de ódio, como no X e Telegram.

Importante ressaltar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1990, não considera a homossexualidade como doença, e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Brasil reafirma esse entendimento com uma resolução que garante que a homossexualidade é uma dimensão da identidade e não um transtorno.

Grupos de direitos digitais, como a Coalizão Direitos na Rede e o Al Sur, expressaram suas preocupações em uma carta aberta, destacando que as modificações da Meta não apenas promovem a violência de gênero, mas também alimentam grupos que propagam discursos de ódio e desinformação. "Essas novas regras pioram a situação, ignorando os efeitos devastadores da violência online".

O diretor de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, explicou que a empresa está se desfazendo de restrições em tópicos como imigração e identidade de gênero, no entanto, essa mudança levanta sérias questões sobre a responsabilidade das plataformas em proteger grupos vulneráveis.

Além disso, se a Meta não mudar sua abordagem, a tendência é um aumento no número de ataques e desinformações direcionados à comunidade LGBT, tornando a plataforma um ambiente hostil e prejudicial. A luta por um espaço seguro e respeitoso para todos nas redes sociais continua, e a mobilização da sociedade civil é mais crucial do que nunca.