Saúde

Gripe Aviária: Uma Nova Ameaça Pandêmica à Vista?

2025-01-30

Autor: Matheus

Durante uma sabatina no Senado americano, Robert F. Kennedy Jr., indicado por Donald Trump para uma posição de destaque em saúde pública, enfrentou perguntas incisivas sobre a ameaça da gripe aviária, especificamente da cepa H5N1. Recentemente, esta cepa avançou rapidamente entre aves e já resultou em contaminação de 60 humanos nos EUA, com uma morte confirmada na Louisiana.

O que mais preocupa especialistas em saúde é como, cinco anos após a devastadora pandemia de COVID-19, a infraestrutura pública americana parece despreparada para lidar com novas epidemias. Desde a primeira identificação de infecções em animais, a situação se agravou, mas as vacinas disponíveis ainda estão desatualizadas, e não existe um sistema eficiente de testes para o monitoramento em massa.

Recentemente, foram registrados casos de reinfecções em animais, o que levanta a possibilidade de novas mutações do vírus H5N1, elevando assim o risco de uma pandemia. Essa situação é ainda mais alarmante considerando que, sob a administração de Trump, os EUA se afastaram da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que resultou em uma perda significativa de informação e cooperação essenciais para o controle de surtos epidêmicos.

Além disso, a decisão de cortar financiamentos internacionais que ajudam no combate a doenças como a AIDS, especialmente em nações vulneráveis na África, pode causar uma crise global de saúde pública que ultrapassa as fronteiras americanas. O afastamento da OMS significa que profissionais de saúde nos EUA têm menos acesso a dados cruciais sobre epidemias emergentes, o que afeta diretamente a capacidade de produção de vacinas, principalmente para os surtos sazonais de gripe que já estão afetando o hemisfério norte. Esse inverno, a gripe H3N2 já teve um impacto severo, evidenciado pelo aumento no número de hospitalizações.

Internacionalmente, essa separação não beneficiará ninguém, exceto regimes autocráticos conhecidos por sua falta de transparência, como a China e a Rússia, que provavelmente ganharão mais influência nas discussões globais sobre saúde. A indústria farmacêutica americana, que já luta contra a crescente desconfiança pública e críticas sobre transparência e ética, pode ver suas operações ainda mais afetadas, uma vez que o isolamento dos EUA pode limitar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas necessárias para a manutenção da saúde global.

A OMS já alertou que, sem o suporte financeiro dos EUA, que representa 12% do seu orçamento, as operações de assistência técnica a países membros serão drasticamente reduzidas. Esses cortes podem ter efeitos cascata em países que dependem dessa ajuda para gerenciar surtos e epidemias.

Diante desse cenário, especialistas e trabalhadores da saúde pública expressam sua preocupação crescente com o que poderia ser uma nova crise de saúde global. Com as tensões geopolíticas aumentando, a luta contra a gripe aviária, além de ser uma questão de saúde, se torna uma questão de segurança internacional que exige atenção imediata e um esforço colaborativo global.