Após a confirmação de uma morte nos Estados Unidos devido ao vírus H5N1, da gripe aviária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou que o mesmo não representa risco de contágio entre humanos. "O vírus não está circulando entre pessoas, ocorre principalmente em humanos que têm contato próximo com aves e gado leiteiro", ressaltou Margaret Harris, porta-voz da OMS, em Genebra.

O caso ocorreu com um paciente de 65 anos na região da Louisiana, que apresentava comorbidades significativas. Até o momento, as autoridades de saúde dos EUA relataram mais de 60 infecções humanas pelo H5N1 desde abril de 2024, principalmente entre trabalhadores rurais que mantêm contato direto com aves infectadas.

Leandro Machado, professor de infectologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), mencionou que a maioria dos casos demonstrou sintomas leves e que os grupos mais vulneráveis incluem idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos. "Essas populações precisam de atenção especial no manejo clínico e na prevenção de complicações", enfatizou.

O governo dos EUA tomou medidas proativas em resposta ao surto, alocando 300 milhões de dólares para fortalecer a infraestrutura hospitalar e garantir um estoque de vacinas. A meta é ter 10 milhões de doses disponíveis até 2025, prontas para uso em situações de emergência.

No Brasil, em maio de 2023, o Ministério da Agricultura declarou um estado de emergência zoossanitária após a detecção do vírus em aves silvestres. Apesar de não haver casos humanos registrados até o momento, as autoridades estão em alerta devido à importância da avicultura para a economia nacional.

Paralelamente, a OMS alertou sobre o aumento de casos de metapneumovírus humano (Hmpv) na China, embora os níveis de infecções respiratórias estejam dentro do esperado para a temporada de inverno. Harris reforçou que, apesar do aumento, o risco de morte é "extremamente baixo". Enquanto isso, especialistas alertam a população para permanecer atenta e seguir as orientações de saúde pública.

Com o aumento das preocupações em torno da gripe aviária, a saúde pública e a segurança alimentar se tornam tópicos cruciais, provocando discussões sobre como países ao redor do mundo devem se preparar para possíveis surtos. As informações e as vigilâncias constantes são fundamentais para mitigar a proliferação de doenças infecciosas.