
Governo Trump Censura Cultura: 380 Livros sobre Holocausto, Racismo e Feminismo Removidos de Bibliotecas Militares
2025-04-07
Autor: Julia
O governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou uma decisão polêmica ao retirar 381 livros da biblioteca da Academia Naval dos Estados Unidos. Esta ação faz parte de uma tentativa de eliminar conteúdos relacionados à diversidade, equidade e inclusão (DEI) que incluem temas como feminismo, racismo, identidade de gênero e até mesmo o Holocausto. A ordem foi emitida pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, uma figura central na política de "limpeza ideológica" nas Forças Armadas americanas.
Entre os títulos banidos, destaca-se "Lembrando o Holocausto", que aborda a preservação da memória do genocídio realizado contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial; "Meio americano", que discute o papel dos afro-americanos na mesma guerra; "Uma mulher respeitável", focada nas contribuições das mulheres negras no século XIX; e "Perseguindo Trayvon Martin", que examina o assassinato de um jovem negro e o racismo estrutural nos Estados Unidos.
Outro trabalho significativo removido é a autobiografia "Eu sei por que o pássaro canta na gaiola" da renomada escritora e ativista Maya Angelou, que, aos 86 anos, continua a influenciar gerações com sua luta pelos direitos civis e sua obra literária impactante.
Esta iniciativa não se limita à biblioteca militar, mas reflete uma política mais ampla do governo Trump, que também inclui a investigação de mais de 50 universidades por seus programas de diversidade. A lista de livros, divulgada pela Marinha, é parte de uma estratégia que visa eliminar conteúdos considerados "ideológicos" de instituições federais, abrangendo desde escolas a programas educacionais.
Embora uma ordem assinada por Trump tenha inicialmente restringido conteúdos sobre diversidade em escolas públicas de ensino básico, o Pentágono decidiu estender essas diretrizes às academias militares. A exclusão dos livros foi realizada poucos dias antes de uma visita de Hegseth à instituição, embora o governo declare que essas ações não estejam conectadas.
Fontes anônimas de dentro do governo afirmaram que a revisão foi requisitada à academia "no fim da semana passada", mas não está claro se a ordem veio diretamente de Hegseth ou de sua equipe.
Os livros vetados incluem temas historicamente perseguidos, como sexualidade e papel social das mulheres. Há obras sobre a Ku Klux Klan e a representação de gênero e raça, que são essenciais para entender a história dos Estados Unidos e suas estruturas sociais.
Essa medida enfrenta duras críticas de parlamentares e defensores da liberdade acadêmica, que denunciam a censura e a perseguição ideológica em instituições públicas. Servidores do Departamento de Defesa expressaram desconforto com a rigidez desta campanha, alertando que a exclusão de conteúdos históricos pode distorcer a formação dos cadetes e apagar as contribuições de heróis pertencentes a minorias sociais.
Ainda assim, o Pentágono mantém firme seu compromisso de implementar as diretrizes prescritas pelo então presidente. A censura de tais obras é uma manobra preocupante, levantando questões sobre a liberdade de expressão e o futuro do ensino crítico nas instituições de ensino superior dos EUA. É crucial que a sociedade se una para proteger a diversidade de ideias e a preservação da história.