E.M.C., de 31 anos, foi finalmente presa em Goiás na sexta-feira, 8, após ser procurada por aplicar golpes que totalizam impressionantes R$740 mil em Roraima. Seu marido, R.A.C., de 27 anos, já havia sido detido em outubro do ano passado, e E.M.C. era considerada foragida desde então.

O delegado adjunto da Delegacia de Defesa do Consumidor (DDCON), Eduardo Patrício, responsável pelo inquérito, informou que a prisão de E.M.C. é fruto de investigações intensas realizadas pela equipe da DDCON em Roraima, que conseguiu localizar a acusada e pedir a ajuda da Polícia Civil de Goiás para cumprir o mandado de prisão. O destino agora de E.M.C. é Boa Vista, onde ela enfrentará as acusações, dependendo de decisões judiciais para sua transferência.

OS DETALHES DO GOLPE

A investigação começou após várias denúncias sobre os golpes aplicados pelo casal. E.M.C. e R.A.C. usavam uma empresa de empréstimos consignados como fachada para atrair vítimas, na maioria idosos, indígenas e pessoas com deficiência. Uma vez que os valores das concessões de crédito eram depositados nas contas das vítimas, eles solicitavam que os valores fossem devolvidos com a promessa de reembolso em até três dias, acrescidos de uma comissão. Esse retorno, porém, nunca acontecia.

As vítimas não só não recebiam o dinheiro de volta, como ainda eram deixadas com a obrigação de quitar as parcelas dos empréstimos. Até o momento, sete boletins de ocorrência foram registrados na DDCON, mas o total de queixas soma 28, se contabilizadas outras delegacias.

O delegado Eduardo Patrício enfatizou a importância do registro de boletins de ocorrência e orientou a população a não contrair empréstimos com empresas desconhecidas. "É fundamental que as pessoas façam denúncias, pois isso ajuda a identificar e interromper práticas criminosas como esta", afirmou. A colaboração entre as polícias de diferentes estados foi destacada como um fator essencial para o sucesso da operação.

OS RISCOS DOS EMPRÉSTIMOS FALSOS

Esse caso reforça os riscos associados a empréstimos realizados por empresas não autorizadas, principalmente em tempos de crise econômica, quando muitos se veem pressionados a buscar alternativas. Muitos golpistas se aproveitam do desespero e vulnerabilidade de pessoas em situações difíceis. A recomendação dos especialistas é sempre pesquisar e validar informações sobre a empresa que está oferecendo o empréstimo antes de qualquer transação.

As investigações estão longe de acabar, e a Polícia Civil continua atrás de outros possíveis envolvidos, além de alertar para que as vítimas reclamem e busquem justiça.