Gleisi Hoffmann desafia dados e defende investimentos das estatais brasileiras
2024-12-28
Autor: Julia
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, fez uma declaração polêmica neste sábado (28 de dezembro de 2024), afirmando que as estatais federais não tiveram um déficit recorde em 2024. Em suas palavras, os números demonstram que as empresas públicas estão aumentando seus investimentos na economia nacional.
Esta afirmação de Gleisi contrasta diretamente com os dados apresentados pelo Banco Central, que revelam um déficit de R$ 7,76 bilhões nas estatais de janeiro a outubro de 2024, o maior desde que os registros começaram em 2002. As estatais federais sozinhas apresentaram um rombo de R$ 4,46 bilhões durante o mesmo período.
Em resposta a uma reportagem da Folha de S.Paulo, que mencionou o déficit recorde das estatais nos últimos 15 anos, Gleisi rebateu em seu perfil no X (antigo Twitter): "O que o jornal chama de déficit são os investimentos feitos pelas estatais para cumprir seu papel na sociedade e na economia. Sem esses investimentos, a agricultura brasileira não teria acesso às pesquisas e inovações essenciais promovidas pela Embrapa."
Ela criticou a metodologia do Banco Central, que não contabiliza os números de empresas como Petrobras e Eletrobras, que são grandes o suficiente para distorcer a avaliação geral. Gleisi chamou a matéria da Folha de uma "mentira" e sugeriu que o jornal tem uma tendência privatista.
A Folha de S.Paulo esclareceu que, devido à magnitude da Petrobras e da Eletrobras, sua inclusão poderia comprometer a precisão dos dados. Além disso, os bancos públicos foram excluídos da análise pela natureza distinta de suas operações, que não são diretamente comparáveis às das empresas não financeiras.
Os dados alarmantes sobre o déficit demonstram uma preocupação crescente em relação à sustentabilidade financeira das estatais. Em comparação, o déficit acumulado de R$ 7,76 bilhões em 2024 é quase três vezes superior ao resultado negativo de R$ 2,86 bilhões registrado nos dez primeiros meses de 2023. Esses valores são nominais e não levam em conta a inflação, o que torna a situação ainda mais crítica.
Diante desse cenário, analistas de mercado e economistas alertam para a necessidade urgente de reavaliação da gestão das estatais, especialmente em termos de eficiência e potencial de retorno sobre investimentos. O futuro das empresas públicas brasileiras e seu papel na economia continua a ser um tema de intenso debate, enquanto a pressão da opinião pública e das forças políticas aumenta.