Gestor da Itaú Asset prevê rali do Ibovespa com alta de até 20% no fim do ano — Entenda as condições necessárias!
2024-11-11
Autor: Pedro
A bolsa brasileira está claramente barata, e os investidores já estão cientes disso. A grande questão agora é: quando essa situação se reverterá e o Ibovespa começará a se valorizar de fato? Para Luiz Ribeiro, gestor de renda variável da Itaú Asset, a resposta é: em breve.
Ribeiro, que controla carteiras de fundos que somam mais de R$ 2,2 bilhões na gestora vinculada ao maior banco privado do Brasil, acredita que há bons motivos para um rali do Ibovespa neste final de ano.
"Acredito em uma alta de 15% a 20% em relação aos níveis atuais", afirmou em uma recente entrevista ao portal Seu Dinheiro.
Um dos fatores que pode impulsionar essa alta é a expectativa de um pacote fiscal robusto do governo, previsto para ser anunciado em breve. Embora não haja uma data específica para a divulgação, os analistas estão otimistas quanto a isso.
Estamos em um período do ano que tem sido historicamente favorável para as ações. Se o pacote fiscal for realmente consistente, isso pode melhorar a percepção de risco de mercado, que atualmente está elevada. Isso é especialmente notável considerando que a alocação em ações está abaixo da média histórica entre investidores nacionais e estrangeiros.
Uma saída para a impasse fiscal que afeta a economia poderia trazer as taxas de juros de longo prazo para patamares mais baixos, o que acabaria beneficiando o Ibovespa, que agora negocia a níveis extremamente baixos em relação ao lucro, abaixo de 8 vezes o lucro.
Analisando o desempenho do mercado, Ribeiro observou que o desconto atual da bolsa não é reflexo da qualidade das empresas ou da economia brasileira, dado que os balanços corporativos do terceiro trimestre até agora são majoritariamente positivos, com resultados robustos e lucros sustentáveis.
A economia brasileira está mostrando sinais de crescimento, projetado em torno de 3% para este ano, e a taxa de desemprego está em níveis historicamente baixos. Ribeiro destacou que, à medida que as empresas apresentam resultados financeiros positivos, o mercado continuará a parecer barato até que as ações realmente reflitam esse crescimento.
"A percepção de risco deve diminuir, especialmente relacionada às contas públicas, para que o mercado consiga uma recuperação mais consistente", justificou Ribeiro.
Atualmente, ele adota uma postura mais defensiva e recomenda investimentos em setores que tendem a se sobressair em tempos de recuperação econômica, como utilitários (saneamento e energia elétrica), além de empresas industriais e exportadoras que se beneficiam de um dólar forte.
Ribeiro também observa potenciais riscos externos, como a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Essa eleição pode ter consequências significativas para os mercados emergentes, incluindo o Brasil, devido a um dólar mais forte e possíveis políticas que poderiam inibir o fluxo de capital para mercados em desenvolvimento como o nosso.
Com todas essas dinâmicas em jogo, o final do ano pode trazer novidades positivas para o Ibovespa, especialmente se o governo conseguir implementar um pacote fiscal eficaz e se as tensões externas se amenizarem. A comunidade financeira está observando de perto esses desenvolvimentos, prontos para agir conforme as condições do mercado mudam.