Você já se perguntou o que acontece com os participantes de realities de emagrecimento após o fim do programa? Embora muitos deles consigam perder peso temporariamente, a realidade pode ser bem diferente a longo prazo.

Não existe emagrecimento sustentável em três meses

Otávio Costa, um ex-participante de ‘O Grande Perdedor’, revela que, apesar de ter perdido 32 quilos durante o programa, acabou recuperando todo o peso depois. Ele comenta: “Eu não me arrependo, foi uma experiência divertida para testar meus limites pessoais. Mas, olhando pelo formato, ele expõe uma coisa: não existe um emagrecimento em três meses que seja sustentável.”

Os participantes eram incentivados a perder peso com recompensa financeira — R$ 500 por quilo perdido. Otávio levou para casa R$ 16 mil, mas a luta contra a compulsão alimentar fez com que ele voltasse a engordar após o fim do reality. Ele relata que a pressão e as regras do programa, que mudavam frequentemente, dificultavam a tarefa. Em sua visão, o programa não se preocupava com a saúde mental dos participantes, algo que hoje é mais discutido.

Daniel Pax e a busca pelo equilíbrio

Outro ex-participante, o comediante Daniel Pax, também teve uma experiência semelhante. Ele ganhou fama após vencer a quarta temporada de ‘Além do Peso’, mas, após o programa, acabou ganhando todo o peso de volta. “O que fiz foi um déficit calórico e muito treino, mas o peso voltou”, explica. Daniel, que já perdeu 100 kg, admite que a pressão social e a forma como a obesidade é tratada em reality shows podem reforçar estereótipos negativos.

Ele refletiu: “Teve gente que disse que não gostou de como era retratado, e eu entendo. Para mim, foi interessante, mas não acho que seja o caminho ideal para emagrecer.”

Os desafios emocionais da obesidade

Ambos os ex-participantes ressaltam a importância de tratar a obesidade como uma condição de saúde. Otávio, por exemplo, comenta que a compulsão alimentar era como uma droga: "E naquela época era aceitável ser gordofóbico, era normal".

Essa experiência de lidar com a pressão da mídia e a luta contra a obesidade levantou questões sobre saúde mental que precisam ser discutidas abertamente. Apesar de os realities de emagrecimento atraírem muitas audiências, é fundamental que eles promovam uma abordagem mais saudável e informativa sobre o tema, evitando o sensacionalismo e respeitando a complexidade da relação dos indivíduos com a alimentação e a saúde.

Enquanto os ex-participantes tentam encontrar uma maneira mais saudável de lidar com suas vidas, fica a reflexão: os realities realmente ajudam, ou apenas reforçam velhos padrões de comportamento? O que fica claro é que a jornada de cada um é única e cheia de desafios.