Nação

G20 e a Escala 6x1: Lula Clama por Jornadas de Trabalho Mais Justas

2024-11-16

Autor: Ana

No contexto da crescente discussão sobre a redução das horas trabalhadas no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que o G20 aborde medidas que promovam jornadas de trabalho mais equilibradas. O evento, que reunirá as maiores economias do mundo no Rio de Janeiro a partir de segunda-feira (18/11), é uma oportunidade crucial para discutir esse tema.

Lula destacou que 'o neoliberalismo intensificou a desigualdade econômica e política que afeta as democracias' e argumentou que o G20 deve considerar propostas que reduzam o custo de vida e promovam condições de trabalho mais justas. Esse discurso foi proferido durante a Cúpula Social do G20, uma iniciativa inédita que visa incluir a sociedade civil e movimentos sociais nas discussões globais.

Um ponto central da demanda de Lula é o debate sobre o fim da escala de trabalho 6x1, que vem gerando polêmica no país. Essa proposta sugere garantir mais de um dia de descanso por semana para os trabalhadores, uma reivindicação amplamente apoiada nas redes sociais. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) lançou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema, embora ainda esteja em fase inicial de análise no Congresso.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), expressou inicialmente sua oposição à medida, defendendo que a negociação sobre a escala 6x1 deve ocorrer através dos sindicatos. No entanto, ele reconheceu a viabilidade de uma jornada semanal de 40 horas, desde que seja resultado de um consenso coletivo.

Adicionalmente, Marinho ressaltou que trabalhar sob a escala 6x1 é uma situação cruel, especialmente para as mulheres, que frequentemente acumulam tarefas profissionais e domésticas. Por outro lado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem se mostrado favorável à proposta, argumentando que a inovação tecnológica permite que as pessoas trabalhem menos horas, mas com maior produtividade.

A Cúpula Social do G20, que foi um marco na participação de movimentos sociais, resultou em uma declaração enfatizando a importância do trabalho decente e sugerindo que todos os países se unam à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, proposta liderada pelo Brasil. O documento também insta à taxação progressiva dos super-ricos, um assunto das mais acaloradas discussões entre os líderes do G20.

Além das questões trabalhistas, Lula pediu um empenho maior na luta contra a fome e a crise ambiental, criticando o gasto excessivo em armamentos. Ele pediu que movimentos sociais continuem a pressionar as lideranças mundiais por mudanças significativas. A próxima presidência do G20 será assumida pela África do Sul em dezembro, com a promessa de dar continuidade ao G20 Social.