Um novo corredor de fumaça está se formando sobre a América do Sul, e as consequências poderão ser sentidas em breve no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira, áreas do Sul do Paraguai já estão sendo afetadas, e a previsão é de que a fumaça avance em direção ao estado gaúcho nas próximas horas.

Os dados do modelo CAMS (Copernicus Atmosphere Monitoring Service) alertam que a fumaça proveniente de incêndios florestais irá atingir o Rio Grande do Sul muito antes da chegada de uma frente fria esperada para esta quinta-feira. A equipe de meteorologia da MetSul está disponibilizando gratuitamente mapas detalhados que mostram a tendência de deslocamento da fumaça, abrangendo não apenas o Sul do Brasil, mas toda a América do Sul.

Esses mapas ilustram a profundidade óptica de aerossóis na atmosfera, que são partículas que podem se originar de diversas fontes, como poeira do deserto, erupções vulcânicas e, claro, incêndios florestais. A origem principal da fumaça é observada no Sul da região amazônica e na Bolívia, mas há focos de incêndio alarmantes também no Centro-Oeste do Brasil e no Paraguai.

Este corredor de fumaça se estende por milhares de quilômetros, atravessando regiões que vão desde a Amazônia ao Rio Grande do Sul, passando por partes da Bolívia e do Nordeste argentino. O fenômeno é transportado por uma corrente de jato em baixos níveis, que opera a cerca de 1.500 metros de altitude. A interação entre a fumaça e as condições atmosféricas pode resultar em um aumento temporário da temperatura e da poluição do ar.

Com este aumento na poluição, espera-se um agravamento na qualidade do ar, que pode atingir índices moderados na maioria das localidades, mas possivelmente chegando a níveis ruins em algumas regiões. Embora a quantidade de fumaça não deva ser tão severa quanto a observada em episódios anteriores, é importante que a população tome precauções. Esteja atento às orientações de proteção à saúde e considere permanecer em ambientes fechados se sentir desconforto com a qualidade do ar.