Nação

‘Fui vivendo dias de pânico’, relata vítima de médico preso por ato obsceno em prédio

2024-09-20

Na última terça-feira (17), Igor José Diniz, um médico de 32 anos, foi preso em flagrante após ser flagrado se masturbando no corredor de um prédio em Recife enquanto espiava os apartamentos de suas vizinhas. Este comportamento inadequado já havia sido denunciado por uma das vítimas há três meses ao síndico do condomínio, que parece não ter tomado qualquer ação efetiva.

"Eu vivi vários dias de pânico, pois sentia que nada era feito para solucionar esse problema. Achava que o síndico, uma pessoa de confiança, resolveria a situação", revelou uma das vizinhas, que preferiu não se identificar. A mulher gravou vídeos que mostram o médico vigiando seu apartamento e o de outras residentes pela reflexão em sua televisão. Apesar da denúncia à polícia nas primeiras ocorrências, as imagens não foram consideradas suficientes para dar início a uma investigação.

A vítima narrou que no início de junho, ao descer para pegar uma entrega, observou que Diniz entrou rapidamente em seu apartamento, e, ao retornar, o encontrou no corredor, com a mão dentro da calça. "Ele ficou nervoso e tentou esconder. Desde então, comecei a ficar atenta ao que ele fazia", comentou. Após ler sobre outros casos similares, a situação a deixou bastante assustada, principalmente por viver sozinha.

Depois de um período sem vê-lo, a vizinha percebeu que Diniz estava de volta, e com a ajuda de outros moradores, resolveu gravar novas imagens que comprovassem o comportamento impróprio do médico. Estas gravações foram fundamentais para sua prisão em flagrante.

O condomínio Green Life, localizado no bairro do Espinheiro, foi contatado para esclarecer quais providências foram tomadas após as denúncias, se havia câmeras de segurança nos corredores e se as imagens foram verificadas, mas o síndico não se pronuncia até o momento.

A polícia foi acionada pelo 13º Batalhão por conta da ocorrência de importunações sexuais. Os agentes conduziram Diniz à Central de Plantões e ele foi autuado, passando por audiência de custódia. Após receber liberdade provisória pagou fiança equivalente a cinco salários mínimos, mas foram estabelecidas algumas condições: comparecer mensalmente à Justiça, não deixar a comarca sem autorização, e abster-se de qualquer contato com a vítima.

Este caso levanta questões sobre a segurança dos moradores e a eficácia das medidas protetivas em condomínios. Várias vítimas de importunações sexuais relatam sentir-se inseguras, principalmente quando os infratores conseguem evitar punições severas, gerando um ciclo de medo que afeta a vida cotidiana. Essa situação ressalta a necessidade de uma estrutura mais robusta de proteção às vítimas de crimes sexuais e uma ação mais diligente por parte das autoridades competentes.