Quando o assunto são triglicerídeos, a cada dia surge mais evidência do seu papel perigoso na saúde cardiovascular. Altas taxas desses lipídios no sangue estão diretamente ligadas ao aumento do risco de doenças cardíacas. Assim, não é surpresa que a alimentação desempenhe um papel crucial em nossa saúde, especialmente quando se trata da frutose.

Vários estudos têm estabelecido uma conexão preocupante entre o consumo excessivo de frutose e sérios problemas de saúde. De acordo com a nutricionista Gabriela Mieko, do Hospital Israelita Albert Einstein, a frutose não apenas eleva os níveis de triglicerídeos, mas está também relacionada à síndrome metabólica. Essa condição caracteriza-se por uma combinação de fatores, como açúcar elevado no sangue, colesterol alto, hipertensão arterial e obesidade abdominal.

Além disso, o consumo excessivo de frutose pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 e até mesmo pode levar ao acúmulo de gordura no fígado, conhecido como esteatose hepática não alcoólica. Isso não para por aí: a frutose pode ainda elevar os níveis de ácido úrico no sangue, contribuindo para o desenvolvimento de gota, uma condição dolorosa causada pela inflamação nas articulações.

Mas quais são as fontes de frutose que devemos considerar? É importante diferenciar a frutose encontrada nas frutas naturais e a que é adicionada em produtos processados, como refrigerantes e doces. Embora a frutose nas frutas seja bem tolerada e acompanhada de nutrientes essenciais (como vitaminas, minerais e fibras), a frutose de produtos industrializados é pura e altamente concentrada, o que pode causar estragos na nossa saúde.

As frutas contêm uma quantidade muito menor de frutose em comparação com refrigerantes e sucos de caixinha, que geralmente têm adição de xarope de milho rico em frutose. Essa grande concentração de frutose nos produtos industrializados ultrapassa a quantidade encontrada nas frutas, gerando preocupações substanciais sobre seu efeito na saúde.

A interação dos nutrientes nas frutas ajuda a regular a absorção da frutose, tornando-a menos nociva. Além disso, as frutas são uma fonte incrível de fibras, que auxiliam na digestão e contribuem para controlar o açúcar no sangue. Ao consumi-las, é aconselhável não descartar cascas e bagaço, pois são partes que oferecem um aporte extra de fibras e nutrientes.

O Brasil, infelizmente, enfrenta uma tendência preocupante: a redução do consumo de frutas, verduras e legumes, como revelado pelas últimas Pesquisas de Orçamento Familiar. Por outro lado, a ingestão de produtos ultraprocessados, ricos em açúcares de todos os tipos, continua a crescer, contribuindo para problemas como obesidade e doenças crônicas.

Portanto, reforçamos a recomendação de especialistas em saúde: aumente o consumo de alimentos in natura e de origem vegetal. Cada vez mais, é crucial que os consumidores se tornem adeptos da leitura minuciosa dos rótulos dos produtos. Embora a frutose tenha seu nome, ela pode aparecer sob diversas denominações, como xarope de milho ou açúcar de fruta, alertando sobre sua presença em condições ocultas nos alimentos industrializados. Prestar atenção a esses detalhes ajudará a manter a saúde em dia e a prevenir doenças relacionadas ao enfoque excessivo em açúcares. Não deixe que a frutose derrube sua saúde!