MARANHÃO - Depois de um trabalho intenso de três anos desde a descoberta inicial, fósseis de um dinossauro encontrado em Davinópolis, no Maranhão, finalmente têm sua verdadeira natureza desvendada. Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo renomado paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), concluiu que se trata de uma nova espécie que pode revolucionar nosso entendimento sobre esses animais pré-históricos. Os fósseis, que têm cerca de 100 milhões de anos, oferecem uma janela intrigante para o passado remoto da Terra.

"Esses fósseis são absolutamente fascinantes e representam um dinossauro de uma espécie distinta dentro do grupo dos saurópodes. Podemos afirmar categoricamente que estamos diante de uma nova espécie nunca antes registrada na literatura científica", afirmou Mayer, em entrevista exclusiva.

O paleontólogo revelou que novas análises estão em andamento e que há indicações de que esse dinossauro pode ter laços familiares com espécies de outros países. Ele disse: "Nós identificamos um parentesco surpreendente com um dinossauro de um local distante, embora ainda não tenhamos detalhes finais. As pesquisas estão em fase final e os resultados completos devem ser divulgados no início de 2025. A expectativa é enorme!".

Elver Mayer também enfatizou a complexidade do trabalho de análise dos fósseis. Primeiro, é essencial compreender quais partes do corpo do dinossauro foram preservadas. Depois, as comparações com dinossauros já descritos na literatura poderão esclarecer as relações evolutivas desse novo espécime.

"A análise inicial dos fósseis envolve determinar as partes do corpo representadas. Em seguida, poderemos comparar a nova espécie com outros dinossauros que viveram há aproximadamente 100 milhões de anos", explicou Mayer, animado com as possibilidades que se abrem diante de sua equipe.

A próxima etapa do projeto envolve a preparação dos fósseis para devolução ao Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia em São Luís, onde serão expostos ao público. Essa devolução não é apenas uma formalidade: os fósseis servirão como uma importante peça em estudos futuros, além de atraírem visitantes curiosos sobre a história da vida na Terra.

"Estamos agora focados na anatomia microscópica dos fósseis. Através dos padrões celulares que estamos estudando, poderemos responder perguntas cruciais: Como era o metabolismo desse gigantesco animal? Quais condições ambientais permitiram a preservação de seus grandes ossos? As nossas pesquisas estão avançando rapidamente nesse sentido e esperamos surpresas impressionantes", concluiu o pesquisador.

Vale lembrar que a descoberta foi feita durante escavações para a construção de um terminal ferroviário em abril de 2021. O que inicialmente parecia ser uma rotina de obras se transformou em uma importante descoberta paleontológica, revelando um fêmur de mais de 1,5 metro, além de outros ossos como tíbias, pés, mãos, costelas e vértebras. Os saurópodes, como o que se acredita que esses fósseis representem, são conhecidos por suas impressionantes dimensões, atingindo alturas superiores a 10 metros.

O apoio da empresa responsável pela construção do terminal foi crucial para que a coleta do material fosse realizada de maneira adequada, garantindo que essa descoberta não se perdesse. Prepare-se para mais novidades que podem surgir dessa pesquisa e que certamente deixarão todos fascinados com a história de nossos antepassados pré-históricos!