Fogo em 2024 destruiu no Brasil área maior que toda a Itália
2025-01-22
Autor: Maria
O ano de 2024 se destacou como um período alarmante para os incêndios no Brasil, com uma devastação que ultrapassou 17,9 milhões de hectares, representando uma área maior do que toda a Itália. A diretora de Ciências do IPAM, Ane Alencar, alerta: "Esse aumento expressivo da área queimada afetou especialmente as áreas florestais, que tradicionalmente não são tão atingidas".
Esse crescimento devastador está diretamente ligado à seca severa que afetou grande parte do Brasil entre 2023 e 2024, exacerbada pelo fenômeno climático conhecido como "El Niño". Com a umidade no solo drasticamente reduzida, a vegetação torna-se mais vulnerável a incêndios.
Os efeitos dessa destruição são alarmantes. É evidente a necessidade urgente de ações coordenadas e de um engajamento robusto em todos os níveis da sociedade para enfrentar uma crise ambiental que, embora intensificada por condições climáticas extremas, é amplamente alimentada pela ação humana, como demonstrado pelas queimadas do ano passado.
De acordo com os dados coletados, impressionantes 73% da área queimada consistiu em vegetação nativa, principalmente em formações florestais. A principal causa dessa destruição foi a prática das queimadas para o estabelecimento de pastagens, que resultaram em 6,7 milhões de hectares consumidos pelo fogo no ano anterior.
Entre os biomas, a Amazônia foi a mais afetada, com 17,9 milhões de hectares queimados, correspondendo a 58% do total de área devastada em 2024. Para se ter uma perspectiva do impacto, essa área é maior do que o total queimado em todo o Brasil durante o ano de 2023. Além disso, este foi o maior incêndio registrado nos últimos seis anos na Amazônia, levantando questões sérias sobre a eficácia das políticas de preservação ambiental.
Diante dessa realidade desoladora, especialistas estão clamando por estratégia de recuperação e proteção das florestas. A pressão das mudanças climáticas e das atividades humanas não pode mais ser ignorada. O futuro da biodiversidade e da própria sobrevivência humana na região dependerá de ações imediatas e efetivas para reverter essa situação crítica.