Flávio Bolsonaro Acusa Haddad de Usar Seu Sobrenome para Desviar a Atenção de Críticas
2025-01-15
Autor: Fernanda
Na última quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) rebateu as críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relacionadas ao polêmico caso das “rachadinhas”. Em suas redes sociais, Flávio alegou que o governo está utilizando seu sobrenome como uma estratégia para desviar a atenção de assuntos mais relevantes.
Recentemente, o governo anunciou a revogação da instrução normativa que intensificava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5.000 no sistema de pagamentos Pix, um movimento que gerou controvérsia e reações variadas entre os políticos. Durante o anúncio, Haddad ressaltou a importância de manter ferramentas necessárias para o combate ao crime e citou movimentações financeiras consideradas anômalas nas contas de Flávio Bolsonaro.
Flávio, por sua vez, defendeu sua posição, lembrando que a Justiça arquivou em maio de 2022 as denúncias feitas contra ele, o que levantou dúvidas sobre a validade das acusações. A família Bolsonaro, historicamente crítica às intervenções do Fisco, viu nesse monitoramento um ataque à privacidade financeira dos cidadãos.
A oposição ao governo também não poupou críticas, questionando se a fiscalização do Pix não se tratava de uma 'fake news', levantando questões sobre a transparência e a ética na administração pública.
RETORNO DO GOVERNO
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, foi responsável por anunciar a revogação da medida, justificando que a disseminação de desinformação nos últimos dias contribuiu para a decisão. Barreirinhas caracterizou a instrução normativa como uma 'arma' nas mãos de criminosos, afirmando que a revogação se fez necessária para proteger os cidadãos mais vulneráveis.
Haddad, que acompanhou o anuncio, foi criticado nas redes sociais pela criação da normativa que aumentava a fiscalização.
O POLÊMICO CASO DAS “RACHADINHAS”
Flávio Bolsonaro foi acusado de várias irregularidades em novembro de 2020, incluindo organização criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação apontou transferências indevidas de salários de servidores sob sua responsabilidade na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para o ex-assessor Fabrício Queiroz, em uma prática conhecida como “rachadinha”.
Os promotores alegaram que Flávio liderou um esquema que desviou cerca de R$ 6 milhões dos cofres públicos, contratando funcionários que devolviam parte ou todo o salário a Queiroz, considerado o operador financeiro do esquema. A investigação teve início após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrar movimentações suspeitas nas contas de Queiroz, totalizando R$ 1,2 milhão.
O desfecho desse processo e o impacto nas relações da família Bolsonaro com o governo atual continuam a ser temas polêmicos e de grande interesse público, refletindo a complexa dinâmica da política brasileira e suas repercussões.