Filha se torna policial e captura o assassino do pai 25 anos após o crime
2024-09-26
Autor: Maria
A história emocionante de Gislayne Silva de Deus, que se tornou policial e ajudou a prender o assassino do próprio pai, Givaldo José Vicente de Deus, 25 anos depois do crime chocante que abalou Boa Vista, Roraima.
O assassinato aconteceu em 16 de fevereiro de 1999, quando Gislayne tinha apenas 9 anos. Seu pai foi morto com um tiro em um bar, durante uma confusão relacionada a uma dívida de R$ 150 com o agressor, Raimundo Alves Gomes. Na época, o crime deixou Gislayne e suas quatro irmãs órfãs de pai.
Depois de longos anos de angústia e busca por justiça, Gislayne, agora com 36 anos e atuando como escrivã da Polícia Civil, foi fundamental na captura do foragido, que estava no radar das autoridades desde 2016. Em uma operação realizada na quarta-feira (25), a prisão de Raimundo foi finalmente concretizada, trazendo um alívio emocional para Gislayne e sua família.
"A sensação que venho sentindo desde a prisão é de que finalmente a justiça foi feita e de que, enfim, teremos paz", declarou Gislayne em uma entrevista.
Raimundo Alves Gomes foi condenado em 2013, mas se tornou oficialmente foragido após não cumprir a pena imposta. A condenação de 12 anos foi estabelecida após um processo judicial que durou anos. A tese de que as vítimas nunca têm paz até que seus agressores sejam responsabilizados é evidente na luta de Gislayne, que cresceu acreditando que um dia veria o assassino de seu pai atrás das grades.
Gislayne formou-se em Direito e, motivada pela dor da perda, decidiu se tornar policial. Em 2022, ingressou na polícia penal de Roraima, onde começou a trabalhar em penitenciárias e a visualizar, em sua mente, o momento de encontrar Raimundo cumprindo sua pena. Um ano depois, Gislayne foi aprovada em um concurso público da Polícia Civil e almejava estar na Delegacia Geral de Homicídios para que pudesse dar um destino ao caso do pai.
A captura foi realizada em uma área rural de Boa Vista, e a família estava ansiosa por esse desfecho que parecia distante. "Se não tivéssemos perseverado, esse homem ainda estaria livre", afirmou Gislayne.
O crime aconteceu sob circunstâncias trágicas, e a dor da perda foi intensificada pela sensação de impunidade que permeou a vida de Gislayne. Agora, com a prisão do homem que destruiu sua infância, ela sente que o local de luto agora transita para um espaço de cura e reflexão sobre a importância de buscar justiça.
"Esse momento não trará meu pai de volta, mas permitirá que ele, finalmente, pague pelo que fez há tantos anos", concluiu Gislayne. A luta por justiça se mostra como uma chama que nunca se apagou, impulsionando a filha na busca incessante não apenas por sua história, mas por todas as vítimas que não podem mais lutar.