Ciência

Expedição à Antártida: Parceria Internacional Une Cientistas Indianos com Diversidade Cultural

2025-01-26

Autor: Lucas

Expedição Internacional na Antártida

Sete pesquisadores indianos estão embarcados no navio Akademik Tryoshnikov, navegando pela Antártida em uma expedição internacional que conta com cientistas de seis nacionalidades diferentes. Em meio a tantas culturas, o inglês se destaca como a língua comum, especialmente em um contexto histórico que valoriza a comunicação global. Surpreendentemente, é o inglês também a língua escolhida pelos próprios cientistas indianos, que falam uma variedade de idiomas, mesmo vivendo em um país com uma rica diversidade linguística.

"Estamos acostumados a isso", comenta Shramik Patil, de 40 anos, que lidera a delegação indiana da expedição coordenada pelo Brasil. "No nosso país, todos falam pelo menos três ou quatro idiomas."

A riqueza cultural da Índia se reflete nas 22 línguas reconhecidas pela Constituição. O hindi e o inglês são os idiomas oficiais, como destaca Patil, que observa que nem todos falam hindi, o que torna o inglês ainda mais essencial para a colaboração entre os cientistas.

O Centro Nacional de Pesquisa Polar e Oceânica

Patil é membro do NCPOR (Centro Nacional de Pesquisa Polar e Oceânica), localizado em Goa, um estado que tem uma história marcada pela colonização portuguesa. Ele compartilha que a estação científica indiana Maitri – que está prestes a ser substituída pela Maitri-2, após mais de três décadas de operação – traz uma sensação de lar durante a expedição.

Pesquisa com Cocolitóforos

Em entrevista, Patil fala sobre sua pesquisa com cocolitóforos, minúsculos organismos que apresentam um papel crucial no ecossistema marinho, especialmente no Oceano Antártico. Esta é a quarta vez que ele participa de uma expedição antártica. A primeira foi particularmente memorável, pois ocorreu durante a construção da estação de pesquisa indiana Bharati. Ele recorda a emoção de ver a construção da estação ser concluída em apenas quatro meses, enquanto realizava atividades de pesquisa.

Durante a expedição atual, Patil menciona características únicas da coleta de amostras, que envolvem a extração de água e a filtragem de organismos para estudar o nanoplâncton, que está em crescente risco devido às mudanças climáticas. As amostras coletadas na Antártida são variadas e revelam informações vitais sobre o impacto que o aumento da temperatura e do CO2 têm nos pequenos organismos marinhos. "Recentemente, coletei a 75ª amostra da superfície e já estamos com mais de 150 amostras desta expedição“, disse Patil, visivelmente animado.

Colaboração Multicultural

O seu grupo é um exemplo de multiculturalismo, cada membro vindo de um estado diferente da Índia e trazendo sua própria língua. Sudarsana Rao Pandi estuda as propriedades bio-ópticas, enquanto Melena Soares, de sobrenome português, investiga a química da água. Além dela, Sharmila Sherin é geóloga, Jeebanjyoti Swain pesquisa polinização, Ghulam Rabbani se concentra em metais na coluna d'água e Aanchal Chauhan analisa microplásticos e suas interações.

A diversidade linguística e cultural é não apenas um desafio, mas também uma força motriz nesta expedição única. O uso de tecnologias, como o Google Tradutor, tem sido essencial para a comunicação entre os participantes de diferentes origens. "Por exemplo, eu venho de Maharashtra, onde falamos marathi, enquanto Melena é de Goa e fala konkani", comenta Patil.

Impacto da Cooperação Internacional

O trabalho desses cientistas não só expande nosso conhecimento sobre a biodiversidade marinha, mas também mostra como a cooperação internacional pode ser uma força contundente em meio a uma crise climática que afeta a todos. O que será que mais esta expedição revelará sobre os mistérios da Antártida? Fique atento para as próximas descobertas que podem mudar a forma como entendemos nossos oceanos e o impacto das mudanças climáticas!