É amplamente aceito na comunidade acadêmica que a saúde mental está diretamente ligada a uma rotina regular de atividades físicas. Novas pesquisas revelam que exercícios específicos podem ser ainda mais eficazes não apenas para melhorar a saúde mental, mas também para aumentar a expectativa de vida.

Importância das atividades físicas

O epidemiologista Kaare Christensen, diretor do Centro Dinamarquês para a Investigação do Envelhecimento, afirma que comportamentos saudáveis podem prolongar a vida em até 15 anos. Por outro lado, Rocío Fernández-Ballesteros, professora na Universidade Autônoma de Madrid, ressalta que, com o envelhecimento, a saúde e a longevidade são influenciadas em 25% por fatores físicos e em 75% por comportamentos. Isso sugere que o que fazemos é mais importante do que a genética na formação de nosso bem-estar.

Benefícios dos exercícios regulares

Uma pesquisa do Brain Fit Program do Harvard Beth Israel Deaconess Medical Center indica que exercícios regulares ajudam a manter a saúde mental. Álvaro Pascual-Leone, líder do Programa Brain Fit, explica que o exercício físico ativa áreas do cérebro responsáveis pela memória e funções executivas, além de impulsionar a geração de novas células cerebrais. No entanto, muitos ainda não se empenham o suficiente para colher esses benefícios.

Atividades recomendadas para a saúde mental a longo prazo

Ana Bermejo, cinesiologista da UBA, afirma que qualquer forma de atividade física é benéfica. A Organização Mundial da Saúde recomenda entre 150 a 300 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana. Para quem deseja preservar a saúde mental a longo prazo, atividades que incluem aeróbica, resistência, coordenação, equilíbrio e flexibilidade, como dança, natação, yoga e tai chi, são os mais indicados.

A importância do desafio na rotina de exercícios

Um fator importante identificado na pesquisa de Pascual-Leone é o desafio. Os especialistas afirmam que a rotina não deve se tornar monótona, já que variar e se desafiar ajuda a obter melhores resultados cognitivos. Neva Béraud-Peigné, da Universidade Paris-Saclay, complementa que o cérebro mantém sua capacidade cognitiva ao longo da vida, embora a perda de neurônios e a diminuição das conexões ocorram com o envelhecimento. A boa notícia é que a plasticidade cerebral – a habilidade do cérebro de se adaptar e formar novas conexões – permanece presente mesmo na idade avançada.

Nunca é tarde para começar a se exercitar

Estudos mostram que nunca é tarde para começar a se exercitar. Kaitlin Casaletto, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, encontrou evidências de que pessoas ativas apresentam níveis mais altos de proteínas que melhoram a comunicação entre neurônios, aumentando a memória e a cognição, abrangendo desde jovens a idosos.

Práticas recomendadas para manter a saúde mental

Para manter a saúde mental, especialistas recomendam as seguintes práticas: 1. **Exercícios cardiovasculares moderados**: Melhoram a saúde do coração e ajudam o cérebro a gerar novos neurônios no hipocampo. 2. **Fortalecimento muscular, flexibilidade e equilíbrio**: Essas práticas refletem em uma postura melhor, além de reduzir o estresse e aumentar a concentração e a memória. 3. **Desafios cognitivos na rotina**: Criar novas rotinas ou interromper padrões habituais pode estimular a atividade cerebral. 4. **Ioga**: Estudos indicam que práticas de meditação podem levar a mudanças tangíveis no cérebro em apenas alguns dias de prática. 5. **Tai Chi**: Beneficia funções cognitivas como raciocínio e planejamento. 6. **Dança**: A prática regular é comprovadamente mais eficaz em estimular o cérebro que a leitura, incentivando um movimento saudável e a ativação neuronal.

Conclusão

Investir em nossa saúde mental é um compromisso a longo prazo, que deve começar o quanto antes. Não deixe para amanhã o que pode transformar sua vida hoje!