O segundo episódio de "Pra Sempre Paquitas", a série documental exclusiva do Globoplay, expõe os bastidores da demissão das famosas assistentes de palco do programa ‘Xou da Xuxa’ sob a direção de Marlene Mattos.

Monique Siqueira, que foi a primeira a interpretar a Miuxa aos 7 anos, compartilha uma dolorosa lembrança de como foi afastada de forma brutal pela então diretora do programa, Marlene, após ter pegado um brinquedo destinado às crianças durante uma gravação de Natal. "Eu tenho uma tristeza muito grande disso tudo ter acontecido. Todas as crianças estavam recebendo presente de Natal, e eu peguei um presente para mim. Quando cheguei no camarim, estavam a minha mãe e a Marlene discutindo. Ela achava que o presente não era para a Paquita e sim para as crianças. Sério, eu era uma criança! Ela virou e disse: a partir de amanhã, ela não vem mais. 'Do jeito que eu coloco, é do jeito que eu tiro'," desabafou Monique, entre lágrimas.

Além da demissão, Monique revela que a exposição na mídia trouxe inúmeros desafios, incluindo problemas na escola e até ameaças à sua integridade física. Outras ex-paquitas, como Andréa Sorvetão, também relataram os impactos negativos da fama em seus depoimentos emocionantes para o doc. "Pra Sempre Paquitas" aborda não apenas os altos da fama, mas os baixos que acompanharam essa jornada.

A diretora do documentário, Ana Paula Guimarães, reflete sobre as controvérsias reveladas na série: "Erro, acertos e dores fazem parte da trajetória de qualquer artista por trás das câmeras. É importante trazer essas histórias à luz para que possamos aprender com elas".

Após anos de espera e insistência, Marlene havia prometido que Monique retornaria ao programa. "Foram se passando os anos, e a Marlene alimentava aquele sonho", conta. No entanto, ao cobrar uma posição, Monique foi chamada de "chata" pela diretora. "Questionei muitas vezes: 'Mãe, por que você não exigiu dela um contrato?'. E minha mãe me respondeu: 'Monique, era o sonho de toda a menina estar ali, eu não ia cobrar uma pessoa que não gostava de ser cobrada'. Por anos, me perguntei o que fiz de errado, sem perceber que eu era apenas uma criança e não tinha culpa nenhuma".

"Eu costumo dizer que a Marlene foi tão cruel. Além de acabar com meu sonho, ela me iludiu, me rotulou. Fiquei anos sendo chamada de mentirosa", lamentou Monique. A diretora Marlene Mattos não quis participar do documentário e não respondeu ao ser contatada para comentar sobre as acusações.

O documentário também menciona um livro que leva à demissão de todas as paquitas, disponível atualmente por preços que podem chegar a mais de R$1,5 mil no mercado de colecionadores.

Essa história comovente e os relatos íntimos das ex-paquitas destacam não apenas a glamourização da fama, mas também os desafios e traumas que muitos enfrentam na transição de crianças prodígios para a vida adulta.