Tecnologia

Ex-chefe de segurança do WhatsApp processa Meta por falhas preocupantes

2025-09-09

Autor: Fernanda

Acusações graves contra a Meta

O ex-chefe de segurança do WhatsApp, Attaullah Baig, entrou com uma ação judicial contra a Meta, acusando a gigante da tecnologia de ignorar falhas significativas de segurança e privacidade que poderiam colocar em risco bilhões de usuários do aplicativo.

Este caso é mais um incidente dentro de uma série de reclamações de ex-funcionários contra a Meta, que já contava com um histórico de escândalos de privacidade.

Dados sensíveis em mãos erradas

No processo, Baig revela que milhares de colaboradores do WhatsApp e da Meta tinham acesso irrestrito a informações sensíveis dos usuários, como fotos de perfil, localização e listas de contatos. Ele alega que a empresa não respondeu adequadamente a uma média diária de mais de 100 mil invasões de contas e ignorou suas propostas para melhorias na segurança.

Tentativas de alerta ignoradas

Baig afirma que tentou alertar membros da alta administração da Meta, incluindo o CEO Mark Zuckerberg, sobre os riscos à privacidade, mas que, em vez de ser ouvido, foi retaliado, resultando em sua demissão em fevereiro.

Violação de acordos de privacidade?

Representado pela organização de denunciantes Psst.org e pelo escritório Schonbrun, Seplow, Harris, Hoffman & Zeldes, Baig argumenta que as práticas da Meta violaram um acordo de privacidade firmado com a FTC em 2019, além de não divulgarem adequadamente os riscos aos acionistas.

"Os usuários estão enfrentando inúmeros danos", declarou Baig, enfatizando a importância da responsabilização da Meta e a prioridade dos interesses dos usuários.

Reação da Meta e outros escândalos

A Meta se defendeu das acusações, alegando ser um padrão comum: um ex-empregado insatisfeito faz alegações distorcidas após sua demissão. Carl Woog, porta-voz do WhatsApp, afirmou que as alegações de Baig não refletem o trabalho da equipe.

O caso ocorre anos depois que a Meta, então Facebook, concordou em pagar 5 bilhões de dólares e reforçar suas políticas de privacidade após o escândalo Cambridge Analytica.

Novas denúncias sobre segurança infantil

Além das declarações de Baig, outras denúncias recentes expõem problemas relacionados à segurança de crianças e desinformação dentro da Meta. A organização Whistleblower Aid revelou que seis funcionários alertaram o Congresso sobre riscos que a empresa teria imposto a crianças em produtos de realidade virtual.

Caminho de Baig na Meta

Baig ingressou no WhatsApp em 2021 e, logo de cara, começou a conduzir testes de segurança para identificar vulnerabilidades. Ele documentou sérios problemas de cibersegurança, mas suas tentativas de alertar superiores foram ignoradas.

O processo ainda sugere que a Meta falhou em monitorar adequadamente os dados coletados, bloqueando propostas de segurança essenciais para proteger os usuários.

Retaliação e mais ações legais

Após comunicar suas preocupações sobre a segurança à SEC, Baig enfrentou retaliações, incluindo avaliações negativas e eventual demissão. Ele também registrou uma reclamação de retaliação na OSHA.

"Trabalhar na Meta era o meu emprego dos sonhos devido à escala e aos desafios, mas agora percebo que a empresa trata os usuários como números em um painel de controle", concluiu Baig.