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EUA Liberam Celulose e Ferro-Níquel de Tarifas: O Que Isso Significa para o Brasil?

2025-09-12

Autor: Fernanda

Uma Vitória para as Exportações Brasileiras!

As recentes mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos trouxeram boas notícias para o Brasil: a celulose e o ferro-níquel foram retirados da lista de produtos tarifados, o que representa um alívio significativo para as nossas exportações. Agora, 25,1% das exportações brasileiras aos EUA não estarão mais sujeitas aos impostos elevados criados durante a era Trump.

Impacto das Tarifas: O Que Permanece?

Apesar da boa notícia, o cenário ainda não é totalmente positivo. Com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), em 2024, US$ 10,1 bilhões em vendas ao mercado americano não serão afetados pelas tarifas, que variam desde uma alíquota linear de 10% até um adicional de 40%, e encargos setoriais sobre aço e alumínio.

Entretanto, ainda há uma parte significativa das exportações brasileiras sob pressão. Aproximadamente 34,9% dos produtos, equivalendo a US$ 14,1 bilhões, continuam sujeitos a tarifas de 50%, afetando itens essenciais como café e cacau.

Setores Mais Afetados e o Lado Bom da Isenção

Os setores que ainda enfrentam dificuldades incluem aqueles que geram US$ 6,8 bilhões, ou 16,7% das vendas, que estão apenas sob a taxa de 10%, e outros US$ 9,4 bilhões impactados por tarifas setoriais elevadas, como a do aço, que se aplica a todos os parceiros comerciais dos EUA.

Com a retirada das tarifas sobre a celulose e o ferro-níquel, a indústria brasileira, que já enviou 2,8 milhões de toneladas de celulose para os EUA em 2024, comemora a medida. Três categorias de celulose foram beneficiadas, embora a tarifa de 50% sobre papéis em geral e painéis de madeira continue em vigor.

Compromisso da Indústria e Demandas do Mercado

Empresas brasileiras se mobilizaram intensamente para inverter a situação, utilizando assistência jurídica e lobby nos EUA. A pressão também veio de fornecedores e clientes americanos, que desejam garantir a continuidade do fornecimento de insumos essenciais, como papel higiênico, fraldas e lenços umedecidos.

Mudanças em Outras Categorias de Produtos

Além da repaginação das tarifas da celulose e ferro-níquel, uma ordem executiva recente trouxe ajustes em outras categorias. O Mdic informou que 76 produtos agora se enquadrarão exclusivamente nas tarifas da seção 232, enquanto sete itens químicos e plásticos estarão sujeitos a uma tarifa de 10%, além da alíquota adicional de 40% que é exclusiva para o Brasil.

Esses produtos representam um montante de US$ 145 milhões em exportações brasileiras em 2024. O cenário ainda é desafiador, mas as mudanças recentes trazem esperança e oportunidades para o comércio exterior brasileiro.