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EUA Adoptam Tarifas Semelhantes às do Brasil, Revela Wall Street Journal

2025-04-12

Autor: Carolina

EUA e Brasil: Um Caminho Protecionista?

Em um artigo revelador publicado pelo Wall Street Journal, a jornalista Samantha Pearson faz uma comparação entre as recentes tarifas impostas pelo presidente Donald Trump e o sistema de protecionismo brasileiro. O relatório sugere que, sob esse modelo econômico, os Estados Unidos estão se aproximando da realidade brasileira.

Os consumidores brasileiros, especialmente os mais abastados, têm se acostumado a viajar para o exterior em busca de produtos mais acessíveis. De acordo com o jornal, essa busca por compras internacionais tem causado atrasos em voos de retorno devido ao excesso de bagagem.

Um Olhar Crítico sobre o Protecionismo

O artigo, intitulado 'Como Funciona um Estados Unidos Protecionista? Veja o Brasil, Onde as Barreiras Comerciais Imperam', critica o modelo econômico brasileiro que, desde a década de 1930, tem sido marcado por altos impostos de importação e barreiras comerciais. Embora as tarifas possam proteger empregos locais, elas também elevam os preços e tornam a indústria nacional menos competitiva.

Por exemplo, enquanto um iPhone produzido no Brasil custa mais do que o dobro daquele fabricado na China, itens como champanhe Veuve Clicquot e chá PG Tips apresentam preços exorbitantes devido a tariffs.

Um Passado de Indústria Estagnada

O protecionismo, que teve seu auge durante a Segunda Guerra Mundial, garantiu empregos, mas também elevou os custos para consumidores e sufocou a concorrência e inovação. A indústria manufatureira brasileira, que representava 36% do PIB em 1985, caiu para apenas 14%, um exemplo notório de desindustrialização prematura.

Maílson Ferreira da Nobrega, ex-ministro da Fazenda, expressa preocupações semelhantes em entrevista ao WSJournal, destacando que as estratégias de Trump ecoam visões que a América Latina considerou após a guerra, mas que não trouxeram os resultados esperados.

EUA e Brasil: Contrastando Modelos Econômicos

O desempenho econômico do Brasil, que cresceu apenas 2% ao ano nas duas últimas décadas, contrasta com a produtividade dos EUA, sendo apenas 25% da americana. O Wall Street Journal aponta que, embora o Brasil tenha um vasto mercado interno, essa condição é tanto uma bênção quanto uma maldição.

Os delays nas importações e disputas tributárias intermináveis têm prejudicado empresas locais, tornando o ambiente de negócios muito mais complicado do que nos Estados Unidos, onde a infraestrutura e a burocracia são mais eficientes.

Tarifas Protecionistas: Uma Lâmina de Dois Gumes

O Wall Street Journal reconhece que as tarifas protecionistas do Brasil ajudaram algumas indústrias, como a Vale e a Embraer, a prosperar inicialmente. Contudo, hoje estas iniciativas injetam recursos públicos em setores que não competem adequadamente, ao contrário dos modelos de exportação mais dinâmicos observados em países asiáticos.

A hipocrisia também é apontada pelo ex-secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, que observa que o PT, partido do presidente Lula, defende o protecionismo, mesmo em suas declarações no Japão sobre a necessidade de promover o livre comércio.

E Conclusões Para o Futuro

Enquanto os EUA de Trump podem não ser o único exemplo de protecionismo, o Brasil serve como uma advertência sobre os riscos de um sistema excessivamente protegido. À medida que ambos os países navegam por estas políticas, a evolução de suas economias globais continua em pauta, levantando questões cruciais sobre competitividade e inovação.