Uma pesquisa recente trouxe à luz uma descoberta intrigante sobre o cérebro masculino, revelando que ele pode reduzir seu volume em até 70% até as 20h, para depois "reiniciar". A equipe de cientistas que conduziu o estudo observou que essa variação está intimamente relacionada aos níveis hormonais dos homens. Quando os hormônios estão em alta, o cérebro parece aumentar de tamanho; em contrapartida, quando os níveis hormonais caem, o cérebro diminui.

Pritschet, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, falou sobre o fenômeno: "Você pode imaginar isso como um ritmo pulsante ao longo do dia. Enquanto as mulheres também passam por flutuações hormonais, suas mudanças não são tão marcantes devido ao ciclo menstrual, que afeta os hormônios de forma mais contínua e prolongada."

As partes do cérebro afetadas por essas mudanças foram delineadas: as pesquisas indicam que a espessura do córtex, a camada externa do cérebro, diminui especialmente nas regiões occipital (responsável pela visão) e parietal (associada ao toque e percepção espacial). A matéria cinzenta, composta por neurônios e conexões, apresenta uma redução de aproximadamente 0,6% ao longo do dia.

Além dessas áreas, outras regiões do cérebro, como o cerebelo (que coordena movimento e equilíbrio), o tronco cerebral (que conecta o cérebro ao resto do corpo) e partes do hipocampo (responsável pela memória), também apresentam variações significativas.

Os pesquisadores, no entanto, reconhecem que ainda não compreendem totalmente como a queda dos hormônios está relacionada a essas alterações cerebrais. "Isto é uma questão em aberto," destacou Elle Murata, coautora do estudo e estudante de doutorado em psicologia e ciências cerebrais na Universidade da Califórnia, Santa Barbara. Ela adicionou que esse é mais um exemplo que desafia a noção de que hormônios são relevantes apenas para as mulheres.

Redução do volume cerebral: um alerta a mais

Além das descobertas sobre as variações diárias do cérebro masculino, é importante notar que o encolhimento cerebral de forma crônica pode ser um sinal precursor de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Essa condição é frequentemente mais evidente em pessoas a partir dos 65 anos, afetando tanto homens quanto mulheres.

O primeiro local impactado pelo encolhimento cerebral relacionado ao Alzheimer é o hipocampo, área crítica para a memória e aprendizado. Embora nossas recordações mais importantes sejam consolidadas em outras regiões, a capacidade de formar novas memórias é severamente comprometida.

Os primeiros sintomas podem incluir pequenos esquecimentos e problemas de concentração. Tarefas que antes eram simples podem se tornar desafiadoras, às vezes confundidas com ansiedade ou depressão.

Conforme a doença avança, depósitos de proteínas beta-amiloide e tau, que os cientistas suspeitam serem responsáveis pelo Alzheimer, se espalham por mais áreas do cérebro. Isso pode afetar diversas funções mentais, como linguagem, orientação espacial e regulação emocional.

Na fase avançada, os pacientes podem enfrentar dificuldades motoras, tornando-se dependentes de cuidados para funções básicas diárias, como se manter de pé, caminhar ou engolir.

Embora o Alzheimer em si não seja fatal, suas complicações, como pneumonia, podem representar riscos significativos à vida. O tempo de transição dos primeiros sintomas até a fase avançada da doença pode levar de 10 a 15 anos.

Fique atento!

Mantenha seu cérebro saudável e informado, pois compreender essas mudanças pode ser crucial para o seu bem-estar a longo prazo.