Estudo inédito: Teste de DNA para detecção de HPV promete revolucionar rastreamento no Brasil
2024-10-30
Autor: Ana
Uma nova era no rastreamento do HPV no Brasil está prestes a começar! O tradicional exame citológico, conhecido como papanicolau, será gradativamente substituído pelo teste de DNA. Esse avanço foi revelado em março, respaldado por um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizado na cidade de Indaiatuba, São Paulo.
A pesquisa, que teve início em 2017 e se estendeu até 2022, apresenta resultados impressionantes: as taxas de detecção de lesões pré-cancerosas aumentaram em até quatro vezes, e impressionantes 83% dos casos de câncer foram identificados em estágio inicial. Ao todo, 20.551 mulheres foram rastreadas, com 58,7% de cobertura, que subiu para 77,8% quando excluído o pico da pandemia de COVID-19.
Os dados mostram que 87,2% dos testes de DNA-HPV foram negativos, enquanto 6,2% resultaram em encaminhamentos para colposcopia. Foram identificadas 258 lesões precursoras de alto grau e 29 cânceres cervicais, com uma média de idade de diagnóstico aos 41,4 anos, sendo 83% deles em estágio I.
Esse novo método não só detecta doenças de forma mais eficiente como também é mais econômico. Em comparação, entre 2012 e 2016, o papanicolau detectou apenas 36 cânceres cervicais, sendo que 67% estavam em estágios avançados. A tecnologia atual do teste de DNA permite que o diagnóstico seja feito até dez anos antes do que seria possível com o papanicolau, dando uma nova esperança a milhares de mulheres.
Júlio Cesar Teixeira, oncologista e principal pesquisador do estudo, ressalta a eficácia e a economia do novo método, afirmando que a nova abordagem visa diagnosticar as mulheres que possuem o vírus, permitindo um acompanhamento mais rigoroso, o que pode efetivamente prevenir o câncer.
As expectativas são altas; a segunda fase do estudo já se inicia e a metodologia pode ser implementada em todo o país em breve. O Ministério da Saúde, após a aprovação da nova tecnologia, já está trabalhando na implementação nacional do teste de DNA.
Para muitas mulheres, especialmente aquelas que foram vacinadas contra o HPV, essa mudança é uma ótima notícia. Estima-se que a inclusão do teste de DNA na triagem antiga do papanicolau possa impactar drasticamente a taxa de incidência de câncer cervical no Brasil.
É importante lembrar que, conforme as mulheres vacinadas chegarem à idade de rastreamento, elas terão um risco significativamente menor de desenvolver lesões relacionadas ao HPV. Uma nova proposta de coleta automática está sendo planejada, onde as próprias mulheres poderão realizar a coleta de material para análise, facilitando ainda mais o acesso ao diagnóstico.
A inclusão do teste de DNA no Sistema Único de Saúde (SUS) foi avaliada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias. A tecnologia não só traz precisão, mas também é uma esperança renovada para um sistema de saúde que pode, finalmente, fazer uma diferença significativa na luta contra o câncer de colo de útero. Com isso, o Brasil pode caminhar para uma realidade onde o câncer cervical se torne uma raridade, semelhante ao que já ocorre em países que adotaram medidas semelhantes.
O futuro é promissor, e estamos a um passo de um Brasil livre da ameaça do câncer cervical!