O escorbuto, uma doença que ceifou a vida de milhões de marinheiros entre os séculos XVI e XVIII, volta a ser motivo de preocupação nos dias atuais. Causada pela falta de vitamina C, essa enfermidade, que parecia ter sido erradicada em países desenvolvidos, ressurgiu em várias partes do mundo, elevando alertas sobre a insegurança alimentar.

Recentemente, um caso alarmante na Austrália trouxe novos holofotes para a questão. Um homem de 51 anos foi hospitalizado após apresentar sintomas graves da doença, como erupções cutâneas e anemia. No mesmo período, na França, crianças de famílias de baixa renda foram diagnosticadas com escorbuto, o que levantou questões preocupantes sobre os efeitos da inflação na alimentação básica.

O Que Está Acontecendo?

Após a pandemia, as hospitalizações por escorbuto aumentaram mais de 30%, especialmente em populações vulneráveis. Dados indicam que a maioria dos pacientes apresenta dificuldades econômicas e uma dieta desequilibrada, o que acentuou a falta de nutrientes. O paciente australiano, por exemplo, teve seu quadro agravado pela falta de frutas e vegetais em sua alimentação, além da suspensão de suplementos vitamínicos após uma cirurgia.

Na França, o problema é mais visível entre crianças de quatro a dez anos, refletindo uma crise que pode afetar o desenvolvimento e a saúde a longo prazo. Desde março de 2020, os números só aumentam, tornando-se um verdadeiro alerta para a saúde pública.

Em janeiro de 2023, os preços dos alimentos atingiram níveis alarmantes, dificultando ainda mais o acesso a uma dieta equilibrada para muitas famílias. A combinação de inflação e a incerteza gerada pela pandemia está levando a uma situação crítica.

O Papel Vital da Vitamina C

A vitamina C é um nutriente fundamental para o funcionamento do organismo. Além de fortalecer o sistema imunológico, ela participa da absorção de ferro e na manutenção da pele e cicatrização de feridas. A falta prolongada dessa vitamina pode desencadear sintomas severos, como fraqueza, sangramentos e inflamações.

Para garantir uma ingestão adequada de vitamina C, é crucial incluir na dieta frutas cítricas como laranja, kiwi e acerola, além de verduras como brócolis e couve. O consumo diário desses alimentos é uma das maneiras mais simples e eficazes de prevenir esse retorno da doença.

Em tempos de alta nos preços e insegurança alimentar, a importância da vitamina C não pode ser subestimada. Cuidar da alimentação é uma forma de promover saúde e bem-estar, e garantir que todos tenham acesso a alimentos nutritivos é uma questão urgente que deve ser discutida e abordada por autoridades e sociedade.