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Escândalo nas prisões: Conheça o ex-diretor de presídios preso por suposto esquema de celulares para detentos

2024-11-01

Autor: Mariana

José Ramony Emanuel de Melo Costa, um policial penal de 29 anos, que acumulava mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, era conhecido por compartilhar não apenas a rotina de trabalho, mas também suas luxuosas viagens internacionais, incluindo locais exóticos como França, Suíça e Itália.

Recentemente, ele chamou a atenção ao noivar com uma médica em Paris durante uma de suas viagens, um momento que ele fez questão de registrar e divulgar em suas plataformas. Contudo, após sua prisão, seu perfil foi rapidamente fechado, levantando mais suspeitas sobre sua conduta.

Natural de Russas, Ceará, Ramony foi nomeado para a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) em agosto de 2021. O site Ceará Transparente revela que seu salário bruto era de R$ 14.422,94, com um líquido de R$ 11.016,13, o que revela uma considerável remuneração.

Durante sua breve carreira, ele ocupou a direção de pelo menos três unidades prisionais na Grande Fortaleza, sendo a mais recente a Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima. Em 17 de outubro, ele foi exonerado e sua saída foi oficializada no Diário Oficial do Estado.

Além das suas funções, Ramony também era responsável pela unidade que abriga detentos de alta periculosidade, a Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará, o que coloca sua posição em um contexto ainda mais crítico. Sua captura foi resultado de uma investigação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, que revelou complicações profundas na gestão das prisões.

A polícia não apenas prendeu o ex-diretor, mas também cumpriu mandados de busca e apreensão, onde foram encontrados diversos celulares, dinheiro em espécie e um carro de luxo registrado em seu nome.

Em defesa, o advogado Walmir Medeiros insistiu que não há evidências concretas que incriminem José Ramony e citou depoimentos de presos que podem ser tendenciosos. “Muitas vezes, as acusações podem ser uma forma de retaliar alguém que estava tentando combater problemas dentro das instituições prisionais”, afirmou.

Em resposta ao escândalo, a SAP declarou que apoia a investigação e reafirmou seu compromisso em combater o crime organizado nas prisões, prometendo total transparência nas etapas da apuração.