Na manhã desta quinta-feira (3), a Polícia Federal, em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal, deflagrou uma operação em Patos, Paraíba, que está ganhando destaque nacional.

O prefeito de Patos, Nabor Wanderley Filho, é pai do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos). A operação, que é parte da segunda fase da chamada Operação Outside, investiga fraudes em licitações e desvio de recursos públicos federais, que chegam a impressionantes R$ 6 milhões. O montante é destinado a obras no município, que há muito carece de investimentos em infraestrutura.

Quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 14ª Vara da Justiça Federal de Patos, e a ação mobilizou auditores da CGU e policiais federais em uma força-tarefa para averiguar a situação. A investigação teve início após a análise de documentos que levantaram suspeitas sobre a execução do contrato da empresa envolvida nas obras.

A CGU revelou que, após a primeira fase da operação, deflagrada em 12 de setembro de 2024, fiscais da CGU e PF realizaram inspeções que confirmaram as irregularidades já indicadas nas apurações preliminares. Documentação coletada anteriormente permitiu identificar pessoas envolvidas nas supostas fraudes, o que acende um alerta sobre a corrupção em alguns órgãos públicos locais.

Nesta nova etapa, as autoridades buscam aprofundar as investigações a respeito de um possível conluio entre agentes públicos e a empresa contratada. A CGU afirmou que o problema não é apenas local; a região do sertão paraibano, em especial, precisa urgentemente de obras estruturantes de mobilidade urbana que impactam diretamente na qualidade de vida de seus habitantes.

Apesar das alegações sérias, a assessoria de imprensa da prefeitura de Patos se apressou em declarar que a administração não é alvo da operação e que estão dispostos a colaborar com qualquer investigação, reafirmando compromisso com a transparência e legalidade.

Por sua vez, Francivaldo Dias, secretário de administração de Patos, garantiu que as buscas não tiveram como alvo nenhum imóvel da prefeitura e que não foram recolhidos documentos ou equipamentos durante a operação. Entretanto, a sociedade civil já começa a questionar as atividades da gestão local e a necessidade de mais fiscalização sobre a utilização de verbas públicas.

Esse caso levanta questões urgentes sobre integridade na gestão pública e a accountability dos governantes em níveis locais. A ênfase na transparência e na efetividade das ações do governo é vital para restaurar a confiança da população em suas instituições.