
Escândalo na Americanas: 13 ex-executivos denunciados por fraude de R$ 25 bilhões
2025-03-31
Autor: Fernanda
O escândalo que abala a Americanas (AMER3) acaba de ganhar novos capítulos. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (31), treze ex-executivos e ex-funcionários da gigante do varejo por suposta participação em fraudes que chegam a impressionantes R$ 25 bilhões. Dentre os denunciados está Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, que agora reside na Espanha.
A denúncia, publicada pelo jornal O Globo, destaca nomes relevantes como Anna Saicali, ex-CEO da B2W, que esteve à frente da área digital, e outros vice-presidentes e diretores, incluindo Thimoteo Barros, Marcio Cruz, Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet e Raoni Fabiano.
Os promotores de justiça apontam Miguel Gutierrez como o pivô principal do esquema fraudulento. Segundo informações, ele estava completamente ciente das irregularidades enquanto liderava as Lojas Americanas e até sugeriu modificações nos balanços financeiros da companhia.
Relembrando o caso, em 11 de janeiro de 2023, a Americanas anunciou inconsistências contábeis que totalizavam R$ 20 bilhões. O impacto foi devastador, levando à renúncia imediata do recém-contratado CEO Sergio Rial e do CFO André Covre. As ações desabaram 77% em apenas um dia, caindo de R$ 12 para R$ 2,72 e resultando em uma perda de valor de mercado que ultrapassou R$ 8 bilhões.
Menos de uma semana depois, no dia 19 de janeiro, a varejista protocolou formalmente seu pedido de recuperação judicial e foi excluída de 14 índices da B3, a bolsa de valores brasileira, refletindo a grave crise pela qual a empresa passa.
Antonio Sergio Pitombo, advogado de defesa de Timotheo de Barros, se manifestou afirmando que a acusação pode ser mais uma ação midiática. “Vamos analisar as acusações e, como sempre, procurar demonstrar na Justiça, com elementos concretos, que essas alegações têm por trás a vontade de descreditar os acusados e a falta de imparcialidade na análise dos fatos”, disse o advogado.
Esse caso não apenas revela um dos maiores escândalos corporativos do Brasil nos últimos anos, mas também levanta questões sobre a governança corporativa no país e a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa para evitar fraudes dessa magnitude.