Nação

Escândalo: Militar da Marinha é preso por colaborar com o Comando Vermelho na armar drones com granadas no Rio

2024-09-22

Facções criminosas têm explorado o uso de drones para intensificar a luta pelo controle do tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro.

No meio desse conflito violento, os moradores enfrentam um novo e aterrador desafio: explosivos sendo lançados do céu. Recentemente, uma imagem chocante capturada em julho de 2024 revelou um drone sobrevoando a Zona Norte da cidade, transportando um artefato explosivo. Este drone foi utilizado por traficantes da Favela do Quitungo em um ataque contra uma facção rival no Complexo de Israel, copiando táticas militarizadas observadas em conflitos em outras partes do mundo, como a Ucrânia.

Uma investigação da Polícia Federal (PF) desvendou a surpreendente conexão entre um militar da Marinha, identificado como Rian Maurício Tavares Mota, e o Comando Vermelho. Em gravações feitas pela PF, o militar explica detalhes técnicos sobre como armar os drones para soltar granadas, indicando uma profunda associação com o crime organizado. Ele foi preso enquanto trabalhava em Niterói, onde as autoridades descobriram que ele tinha um bunker subterrâneo em sua residência, evidenciando seu comprometimento com as atividades criminosas.

Os áudios interceptados revelam que Rian coordenava ataques e monitorava as movimentações de milicianos e rivais, utilizando drones para fornecer informações estratégicas para os criminosos. "Nossos caras têm que estar lá antes dos caras brotar. Não é depois," explica em um dos áudios, evidenciando sua atuação como um verdadeiro comandante nas operações do Comando Vermelho.

O militar, um cabo que havia passado por treinamentos avançados e se especializado em tiro de longa distância, morava em uma área dominada por Doca, um dos líderes da facção. Com o apoio de um imediato correligionário, Rian planejava a compra de dispositivos para aprimorar a eficiência dos drones. As tecnologias adquiridas pelos traficantes têm se mostrado cada vez mais sofisticadas, colocando em xeque as estratégias de combate da polícia.

Após a prisão, Rian teve seu papel reconhecido como crucial para a operação do tráfico na região, demonstrando a conexão alarmante entre forças armadas e organizações criminosas. A PF alertou que este não é um caso isolado, sugerindo que outras investigações semelhantes podem estar em andamento, enquanto a segurança pública se prepara para um novo cenário, onde os policiais não apenas enfrentam tiros vindos de facções, mas também granadas caindo do céu.

As consequências desse cenário são fatais. O delegado responsável pela investigação se mostrou preocupado com a segurança dos policiais e da população, agora vulneráveis a ataques aéreos. Em uma era onde a criminalidade se torna cada vez mais técnica e violentamente estratégica, o que vem pela frente é de deixar todos sem palavras.