Escândalo em Natal: Gestores da Saúde no Centro da Polêmica de Assédio Eleitoral!
2024-10-24
Autor: Matheus
Dois altos funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal estão no olho do furacão ao serem denunciados ao Ministério Público do Trabalho (MPT-RN) por práticas de assédio eleitoral. As acusações envolvem coação e ameaças direcionadas a servidores para que votem no candidato Paulinho Freire (União Brasil), apoiado pelo atual prefeito, Álvaro Dias (Republicanos).
A denúncia foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), que apresentou as evidências ao MPT na quarta-feira (23). Embora os nomes dos denunciados não tenham sido divulgados pelo sindicato, fontes da Agência SAIBA MAIS apontam que a diretora geral do distrito sanitário Oeste, Magali Fernandes Medeiros de Araújo, e o diretor da UPA Esperança, Ricardo Pinto, estão envolvidos.
As condutas inapropriadas ocorreriam por meio de um grupo de WhatsApp, criado por Magali, onde seriam compartilhadas mensagens contra a candidata Natália Bonavides, além de coagir os funcionários, muitos deles em cargos temporários ou comissionados, a apoiarem o candidato vinculado ao prefeito.
Em uma das mensagens, Magali enviou uma imagem com a frase “Natal é 44”, referência ao número de Paulinho Freire, acompanhada de uma animação dizendo “Eu voto 44”. Além disso, a diretora fez comentários insinuando perseguição aos trabalhadores caso o PT ganhasse as eleições: “Gente, vamos postar. Falta pouco. Se o PT virar todos serão perseguidos… efetivos, comissionados, contratos”.
Por sua vez, Ricardo Pinto também utilizou sua posição para pressionar os membros do grupo, enviando links de matérias que atacavam a imagem da candidata do PT, visando manipulá-los a apoiar o candidato da administração atual.
Os membros do grupo afirmam que foram incluídos sem aviso prévio e se sentem intimidados para deixar a conversa, dado o temor de retaliação em suas posições vulneráveis. O Sindsaúde-RN então compilou todas as provas e denunciou formalmente o incidente ao MPT, categorizando a situação como assédio eleitoral.
A entidade ressaltou a importância de agir contra práticas abusivas, reafirmando seu compromisso em lutar pela liberdade democrática e pela existência de um sistema de saúde pública isento de interferências políticas. Além disso, o Sindsaúde orientou trabalhadores que vivenciam situações semelhantes a denunciarem anonimamente pelo WhatsApp.
Nesta quinta-feira (24), o MPT confirmou o recebimento da denúncia, que agora será tratada pela Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região. O procedimento inicial incluirá uma avaliação preliminar para determinar a necessidade de investigações adicionais.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a estrutura da Prefeitura de Natal é utilizada para práticas de assédio eleitoral. Investigações anteriores já foram abertas contra outras secretarias, como Educação e a Arsban, com registros de coação por parte de funcionários em momentos eleitorais passados, incluindo a exoneração de um diretor por assédio.
Em um desdobramento recente, a juíza da 10ª Vara do Trabalho de Natal concedeu uma liminar proibindo a prática de assédio eleitoral por gestores da Prefeitura, fruto de uma solicitação do MPT. Essa decisão visa assegurar que todos os trabalhadores da administração pública possam exercer seu direito ao voto de forma livre, sem medo de retaliações ou pressões políticas.
Com a cena política em Natal agitada, muitos se perguntam: esses abusos têm limite? As investigações seguem e a sociedade espera por um desfecho que garanta a justiça e a integridade do processo eleitoral no município.