Saúde

Escândalo em Acre: Bolivianos Usam Documentos Falsos para Acessar Saúde Pública

2025-09-13

Autor: Carolina

Um Crime em Expansão na Fronteira

Em cidades do Acre, como Brasiléia e Epitaciolândia, a pressão no sistema de saúde está aumentando. Cidadãos bolivianos estão burlando as regras e acessando o SUS por meio de documentos falsificados que compraram em Cobija, a capital do departamento de Pando. O valor pago por esses documentos varia entre 500 e 5 mil dólares, com o esquema se espalhando graças a anúncios nas redes sociais.

Documentos Falsificados: Uma Indústria Ilegal

Os chamados 'documentaristas' operam de maneira clandestina, sem qualquer autorização do Conselho Regional de Despachantes Documentalistas de Rondônia e Acre (CRDD). Eles vendem CPFs, carteiras do SUS e comprovantes de residência fictícios. A carteira do SUS é a estrela do show, com preços que podem chegar a impressionantes 3 mil dólares.

Benefícios às Custas do Sistema de Saúde Brasileiro

O motivo por trás dessa fraude? Buscar atendimento médico gratuito e acesso a medicamentos no Brasil. Falsificadores prometem consultas especializadas e até cirurgias complexas, todas cobertas pelo sistema público de saúde. Além disso, há indícios de que estudantes de medicina em Cobija estariam envolvidos na criação desses documentos fraudulentos.

À Margem da Lei: Difícil Monitoramento e Cooperação Insuficiente

Essa prática é considerada crime segundo o Código Penal Brasileiro, e a Polícia Federal, assim como a Receita Federal, estão em alerta. No entanto, a investigação enfrenta desafios devido à natureza transfronteiriça do esquema e à falta de colaboração eficaz entre Brasil e Bolívia. O CRDD enfatiza que não há profissionais bolivianos legais atuando como despachantes na região.

A Publicidade da Fraude: Redes Sociais como Aliadas

O mercado de documentos ilegais também se fortaleceu com a publicidade nas redes sociais, onde promessas de 'trâmites garantidos' são comuns. Anúncios mostram imagens de beneficiários que conseguiram acessos a consultas, medicamentos e até abertura de contas bancárias.

Um Sistema de Saúde em Crise

Enquanto não há uma solução eficaz entre os países envolvidos, os municípios acreanos observam um aumento constante no atendimento a estrangeiros. Isso representa um desafio significativo para um sistema de saúde já sobrecarregado e que, inicialmente, foi projetado para atender a população local.