A administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, se viu no meio de uma polêmica após o envio acidental de e-mails notificando ucranianos que residem legalmente nos Estados Unidos sobre a revogação de seu status de residência. O evento bizarro foi reportado pela agência de notícias Reuters.

Os e-mails alarmantes, que chegavam na esteira da Guerra da Ucrânia que começou em 2022, informavam aos imigrantes que estavam participando de um programa humanitário que teriam apenas sete dias para deixar o país ou enfrentariam medidas legais que poderiam resultar em sua expulsão. Entre as ameaças contidas na mensagem, estava a afirmativa: "Se você não deixar os Estados Unidos imediatamente, estará sujeito a possíveis ações legais que resultarão em sua remoção."

Foi somente na sexta-feira (4) que o Departamento de Segurança Interna (DHS) admitiu o erro. Um porta-voz da agência garantiu que o programa humanitário continua ativo e anunciou que os afetados receberiam um novo e-mail corrigindo a confusão.

"Os termos da sua permissão, conforme originalmente emitidos, permanecem inalterados neste momento", reiterou o DHS.

Vale a pena lembrar que, no mês anterior, o governo Trump havia sinalizado a intenção de revogar o status legal de até 240 mil ucranianos que, fugindo do conflito com a Rússia, se refugiaram nos Estados Unidos. Essa medida, que representaria um retrocesso significativo em relação à assistência dada durante a administração do presidente Joe Biden, deixou muitos ucranianos e defensores de direitos humanos alarmados.

Uma ucraniana afetada pelo erro relatou à Reuters que ficou em estado de choque ao receber a mensagem: "Eu não conseguia respirar normalmente e chorava incontrolavelmente. Eu não sei o que poderia ter feito errado para ser expulsa dos EUA", disse, pedindo para permanecer anônima por temer retaliações do governo.

Angela Boelens, presidente da IA NICE, uma organização sem fins lucrativos que ajuda refugiados ucranianos em Iowa, também se manifestou sobre a situação caótica: "Todas as minhas famílias estão em pânico total. O e-mail é muito assustador. Eu havia dito a todos que teriam tempo para se preparar, mas essa carta é muito diferente."

Em meio a essa confusão, a situação dos refugiados continua a ser uma questão delicada. As tensões entre os Estados Unidos e a Rússia também permanecem altas, com discussões sobre um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia, enquanto os ucranianos lutam para encontrar segurança longe de seu país em meio a constantes incertezas.