Nação

'Era uma pessoa dócil', revela atendente sobre sequestrador de ônibus em Contagem

2025-01-28

Autor: Matheus

Na manhã dessa terça-feira (28/1), a rotina da movimentada Rua Quintino Bocaiúva, em Contagem, na Grande BH, foi abruptamente interrompida por um ato de terror: um homem armado com uma faca sequestrou um ônibus e forçou um passageiro a dirigir o coletivo. O sequestrador, identificado como Diego, exigia ver seu filho, que teve com a ex-esposa.

O clima de medo tomou conta da região, que abriga uma Subprefeitura, farmácia e diversas lojas. A atendente da farmácia, Isabele Tailane, de 24 anos, presenciou a cena ao chegar para trabalhar. Ao reconhecer Diego, ela ficou em choque: 'É o cunhado da minha irmã'.

Isabele descreveu Diego como uma pessoa que sempre foi gentil e trabalhador. “Ele era uma pessoa que se encantava com as crianças e sempre tratava todos bem. Nunca imaginei que ele pudesse estar ali, causando pânico”, afirmou. Sua colega de trabalho, Bruna Costa, também sofreu com a tensão. Ao chegar e perceber a agitação, correu para dentro da farmácia, apavorada, especialmente depois de ouvir quem era o sequestrador.

Gustavo Henrique Pinheiro, gerente da Subprefeitura, teve que reagir rapidamente ao ver as pessoas gritando do lado de fora. 'Chamamos a polícia imediatamente para proteger todos que estavam na fila', contou. Ele afirmou que colocou todos para dentro do prédio assim que a situação começou a se desenvolver.

Após três horas intensas de negociação com o BOPE, o passageiro que dirigia o ônibus foi liberado. Ele saiu em segurança, enquanto Diego ainda estava dentro do coletivo. A polícia, entretanto, enfrentou um grande desafio: o sequestrador se mostrava instável e relutante em se entregar.

Em um momento crítico, Diego chegou a ameaçar a própria vida. A situação escalou de tal forma que a polícia utilizou uma arma de choque para conter o sequestrador antes que o pior acontecesse. Quando finalmente foi retirado do ônibus, Diego foi levado à ambulância do Samu, onde teve uma nova crise de agitação e precisou ser sedado.

Após estabilização, ele será encaminhado à Delegacia Anti-Sequestro, onde o inquérito ficará sob responsabilidade da delegada Fabíola Oliveira, que acompanhou de perto todo o processo de negociação.

A situação trouxe à tona questões mais profundas sobre a vida de Diego, que, segundo relatos, lidava com transtornos emocionais e uma difícil relação familiar. A ex-mulher, que também esteve presente nas negociações, tentou intervir, pedindo para que Diego se entregasse e liberasse o refém.

Esse incidente trágico está despertando uma série de perguntas sobre a prevenção de crises emocionais e como ajudar aqueles que parecem estar à beira da loucura. Hoje, mais do que nunca, a sociedade se pergunta: o que pode levar uma pessoa aparentemente dócil a cometer atos tão extremos?