A tragédia que abalou as regiões do Tocantins e Maranhão continua a movimentar equipes de resgate e identificação. Após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ocorreu por volta das 14h50 do último domingo (22), as autoridades têm se empenhado arduamente para localizar as vítimas e liberar os corpos encontrados.

Equipes da Polícia Civil do Tocantins estabeleceram um Núcleo de Medicina Legal avançado em Aguiarnópolis, próximo ao local do desastre. As buscas submersas, autorizadas somente após análise das condições do espaço, são realizadas por profissionais dos Bombeiros de ambos os estados e da Marinha. Seus esforços buscam tanto os corpos das vítimas quanto eventuais cargas perigosas que podem ter se dispersado no rio Tocantins, contaminando suas águas com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.

Até a quarta-feira (25), quatro corpos foram recuperados. Entre os identificados, estavam Anísio Padilha Soares, de 43 anos, que foi encontrado dentro de um dos caminhões que caiu na água; Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos; Lorranny Sidrone de Jesus, de apenas 11 anos; e Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos, motorista de um caminhão transportando defensivos agrícolas. Os trabalhos de identificação são supervisionados por Hydelgardo Henrique Martins Costa, chefe do Núcleo de Medicina Legal, que reforçou a importância da rápida identificação às famílias envolvidas.

As condições da estrutura da ponte, que ligava as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) pela BR-226, já vinham sendo questionadas. A ponte, construída na década de 1960, tinha 533 metros de extensão e fez parte do histórico corredor rodoviário Belém-Brasília. O DNIT revelou que, entre 2021 e 2023, foram investidos R$ 3,5 milhões em manutenção, mas isso não foi suficiente para evitar o colapso.

Com a decretação de estado de emergência, o Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a reconstrução da ponte se dará em um prazo de até um ano, com um investimento previsto de R$ 100 a R$ 150 milhões. A situação alarmou a população local e levantou debates sobre a segurança de outras infraestruturas rodoviárias no país.

Enquanto as buscas continuam, a comunidade e as autoridades permanecem em luto pela perda de vidas e a segurança cada vez mais questionada das rodovias que conectam o Brasil.