Nação

Entregadores de aplicativo paralisam serviços em shoppings de São Paulo em greve nacional

2025-04-01

Autor: Carolina

Nesta terça-feira (1º), no segundo dia de greve nacional, trabalhadores de aplicativos de entrega bloquearam a saída de mercadorias em grandes shoppings de São Paulo. Os pontos de coleta dos shoppings Eldorado, Center 3, TriMais Places, Tucuruvi, Santana Park, Morumbi, Bourbon e West Plaza foram interditados. A ação faz parte de uma mobilização de 48 horas iniciada na segunda-feira (31) em aproximadamente 60 cidades do Brasil.

Os efeitos da paralisação se espalharam por outros centros comerciais da capital, como o Jardim Pamplona, shopping Continental, Market Place e Interlagos. Estabelecimentos na zona sul, como a Galeria Grajaú e outras unidades do McDonald’s e Burger King, também sentiram o impacto, com uma queda significativa nas entregas.

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP) revelou que empresários que dependem exclusivamente do iFood enfrentaram uma queda de 100% nas entregas durante o período de greve. Aqueles que utilizam múltiplas plataformas também foram afetados, registrando uma diminuição no movimento estimada entre 70% e 80% em comparação com uma segunda-feira normal.

A decisão de fechar pontos estratégicos surgiu após um protesto na sede do iFood em Osasco, onde cerca de dois mil entregadores exigiram melhorias nas condições de trabalho, sem sucesso.

As principais reivindicações incluem o aumento da taxa mínima por corrida de R$ 6,50 para R$ 10, além de um aumento na remuneração por quilômetro rodado, passando de R$ 1,50 para R$ 2,50, e a definição de um raio máximo de 3 quilômetros para entregas realizadas em bicicleta. Os trabalhadores também demandam o pagamento integral em casos de agrupamento de pedidos.

Os entregadores se reuniram com a direção do iFood em uma assembleia que foi sucedida por intensa pressão nas ruas. Após negarem a presença de um representante da empresa para conversar com todos os manifestantes, o iFood permitiu que uma comissão entrasse para discutir as reivindicações, sendo acompanhada pela Polícia Militar e sem direitos de gravação.

As respostas das autoridades da empresa foram desanimadoras, levando os manifestantes a intensificar as paralisações. "Aqui está brecado, não sai nada", disse a entregadora Fernanda Neri, destacando a condição precária e a ausência de consideração da empresa. Ela e outros manifestantes exibiam uma faixa que dizia: "Heróis na pandemia, escravos no dia a dia".

Outro entregador, Genilson Soares, expressou frustração com o baixo pagamento e os altos lucros do iFood, afirmando: "Estamos apenas pedindo o que é justo. Enquanto eles lucram milhões, nós lutamos para sobreviver".

Ainda, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Abomitec) se posicionou, afirmando respeitar o direito à manifestação, mas a informação de crescimento de renda média dos entregadores foi contestada by trabajadores, que afirmam que as métricas são manipuladas e não refletem a realidade enfrentada na prática.

"Não vamos dar sossego para os executivos, porque já estamos cientes do poder que temos quando nos unimos", concluiu Renato Assad, outro participante ativo da paralisação. A luta continua por melhores condições e salários dignos para todos os trabalhadores de aplicativo.