Nas últimas semanas, a política internacional e os movimentos econômicos estão mais intrincados do que nunca. A taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos foi mencionada por Eduardo Bolsonaro como a salvação para libertar o pai, Jair Bolsonaro, de sua inelegibilidade. Contudo, a verdadeira política parece ter tomado um rumo diferente.

Embora o clima econômico pudesse sugerir uma crise, Lula conseguiu elevar sua popularidade ao enfrentar essa situação. O comportamento do mercado, por outro lado, já revela que os investidores estão se distanciando das polêmicas políticas.

O Efeito Powell e a Reação da Bolsa

Em julho e agosto, quando o tarifaço de Trump ganhou destaque, o Ibovespa, nosso principal índice, sofreu quedas significativas. Mas tudo mudou com uma fala de Jerome Powell, presidente do Fed, no dia 22 de setembro, que fez o índice se recuperar rapidamente, retornando aos 137 mil pontos.

O fato é que a dinâmica do mercado é complexa e não se resume a uma única explicação: "caiu porque venderam, subiu porque compraram". Os grandes fundos internacionais são os verdadeiros protagonistas, e suas decisões impactam todo o cenário.

Os Investidores Focam em Oportunidades

Quando Powell sinaliza cortes de juros nos EUA, os gestores de fortuna olham para o Brasil e veem uma oportunidade de risco atrativo. Se o mercado for considerado um ser soberano, as opiniões políticas não deveriam influenciar as decisões de investimento.

Desde o início deste ano, o Ibovespa já subiu 14,5%, acumulando quase 30% de alta desde janeiro de 2023. Mesmo com as taxas de juros elevadas, o apetite por ações brasileiras não decaiu.

Atração Internacional e Dinâmica do Mercado

De janeiro a agosto, estrangeiros investiram R$ 20,6 bilhões na Bolsa brasileira, superando os aportes anuais de cinco dos últimos nove anos, de acordo com pesquisas da Quantum. Simultaneamente, o aluguel de ações para vendas a descoberto disparou, indicando uma preocupação com quedas no mercado, especialmente entre investidores individuais.

Enquanto os investidores brasileiros se distraem com as manchetes sobre Trump, Bolsonaro e Lula, os verdadeiros detentores do capital estão atentos aos sinais de Jerome Powell, que tem a batuta sobre o fluxo financeiro global.