Nação

Empresas de Pablo Marçal Enfrentam Processos por Irregularidades Trabalhistas

2024-09-18

Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, escolheu a carteira de trabalho como um dos principais símbolos de sua campanha. Ele a utilizou para atacar seu concorrente Guilherme Boulos (PSOL), insinuando que este nunca teria tido um emprego formal. Contudo, a verdade por trás das empresas ligadas a Marçal é bastante diferente.

Enquanto Marçal faz sua campanha, suas empresas, nas quais ele é sócio ou administrador, são alvo de diversos processos judiciais por não registrar formalmente seus empregados. Relatos coletados revelam uma série de condenações acumuladas devido à falta de registro na carteira de trabalho.

Durante sua participação no programa Roda Viva, Marçal foi confrontado sobre o fato de algumas de suas empresas não possuírem funcionários registrados. Em resposta, ele alegou que a maioria de seus colaboradores é terceirizada, pois atua em áreas de alta tecnologia. No entanto, investigações da Folha mostraram que existem operários, como pintores e faxineiros, que estão processando suas empresas por não terem suas carteiras de trabalho registradas. Hoje, a situação já virou um verdadeiro escândalo para a campanha de Marçal.

Um caso emblemático é o de um antigo colaborador do Resort Digital, localizado em Porto Feliz (SP), que foi expulso da propriedade em plena véspera de Natal de 2021, deixando sua esposa e três filhos sem abrigo. Este trabalhador não apenas não possuía carteira assinada, mas a Justiça determinou que o Resort Digital deveria pagar R$ 80 mil por danos morais e irregularidades trabalhistas.

Além disso, um jardineiro que trabalhou na fazenda do grupo de Marçal relatou ter acumulado funções e trabalhado em condições insalubres. Ele também não tinha registro em carteira e obteve uma decisão favorável na Justiça, assegurando contato com os devidos direitos trabalhistas.

Outra reclamação vem de um pintor que, durante seu trabalho, sofreu um acidente ao ser transportado em um carrinho de golfe operado pelo próprio Marçal. O pintor contesta que, após o acidente, recebeu o salário e cuidados médicos por um ano, mas ficou completamente desamparado após ser demitido. A ação trabalhista está em andamento, e novas audiências têm sido agendadas.

Além do Resort Digital, a Escola Elementare, em Alphaville, também é alvo de uma ação semelhante, onde uma faxineira relata ter trabalhado sem registro, em uma jornada de trabalho controlada, sem os direitos trabalhistas correspondentes.

Por fim, outra situação levanta ainda mais preocupações, onde um homem contratado como gestor/porteiro afirma ter sido remunerado através do CNPJ de uma irmã, sem qualquer direito trabalhista, trabalhando exaustivamente sem folgas adequadas.

Até o momento, as empresas de Marçal não se manifestaram a respeito das acusações, exceto para alegar falta de provas por parte dos funcionários. Os processos, que revelam uma realidade sombria por trás das promessas de emprego do candidato, levantam questões sérias sobre a responsabilidade social e trabalhista de seus empreendimentos. Fiquem atentos: as questões trabalhistas podem ter um impacto significativo nas aspirações eleitorais de Pablo Marçal.