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Eleições nos EUA: O Futuro do Planeta em Jogo?

2024-11-03

Autor: Lucas

As eleições nos Estados Unidos desta semana geram uma onda de apreensão sobre o futuro das instituições democráticas e dos direitos humanos. Mas o que realmente está em jogo é muito maior: a sobrevivência do nosso planeta. O confronto entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris pode ter consequências profundas e duradouras para o meio ambiente.

Os eleitores americanos se dirigem às urnas logo após um trágico evento em Valencia, na Espanha, onde inundações devastadoras, exacerbadas pelo aquecimento global, resultaram na morte de mais de 200 pessoas. No próximo mês, em Baku, Azerbaijão, a COP29 pode ser a última chance de reafirmar compromissos globais para combater as mudanças climáticas.

A vitória de Trump não significaria apenas a estagnação das políticas climáticas do atual presidente Joe Biden, mas também o retorno de uma retórica hostil ao Acordo de Paris, o que poderá comprometer ainda mais os esforços internacionais para conter as emissões de carbono.

Os cientistas alertam que Trump pode acelerar uma 'espiral da morte', um conceito abordado no livro de Claudio Angelo, ao fomentar feedbacks positivos que agravam as mudanças climáticas. Por exemplo, a degradação das florestas tropicais, que funcionam como sumidouros de CO2, e a crescente temperatura dos oceanos estão intensificando furacões e reduzindo a capacidade de absorção de carbono das águas marinhas.

Não se trata apenas de aspectos físicos; há também feedbacks socioeconômicos. Secas extremas podem prejudicar a produção de energia hidrelétrica, aumentando a dependência de usinas a carvão e gás, elevando assim as emissões de carbono. Energias renováveis, que poderiam servir como alternativa, enfrentam forte resistência sob um governo Trump.

Um estudo recente destacou que 34% dos 2.000 pesquisadores consultados estão extremamente preocupados com o impacto de uma vitória de Trump nas políticas climáticas dos EUA. Para muitos deles, um país que ignora fatos científicos não é um lugar seguro para desenvolver uma carreira acadêmica.

Por outro lado, se Kamala Harris vencer, ela deverá adotar uma abordagem baseada em evidências, focando em programas de energia limpa e medidas efetivas para reduzir as emissões. Embora haja um consenso de que nem Biden, nem Harris se comprometeram a eliminar completamente a queima de combustíveis fósseis até 2050, especialistas afirmam que ações concretas e audaciosas são essenciais para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.

O resultado dessas eleições não é apenas uma escolha política; é uma decisão que pode definir o curso do nosso planeta por gerações. O que está em jogo é mais do que a saúde das instituições americanas; é o próprio futuro da Terra.