Em uma movimentação estratégica, o líder do PSD no Senado, Omar Aziz, anunciou na terça-feira (12) que sua bancada de 15 senadores decidiu apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre, do União Brasil, para a Presidência do Senado no próximo ano.

Essa coalizão já conta com um total de 63 legisladores, incluindo partidos como PL, PT, PP, PSB, entre outros. Para conquistar a cadeira, são necessários 41 votos, o que torna a aliança entre o PSD e Alcolumbre uma jogada crucial nessa disputa política.

Com essa decisão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também decidiu retirar sua pré-candidatura, fortalecendo ainda mais a unidade do PSD em torno da candidatura de Alcolumbre. No entanto, dois partidos ainda não oficializaram apoio: MDB e PSDB, o que mantém o cenário aberto para surpresas.

A bancada do Podemos, composta por seis senadores, manifestou apoio a Alcolumbre. Entretanto, uma divisão dentro do Novo surgiu, onde seu único senador, Eduardo Girão (CE), criticou a candidatura e pretende promover outros nomes.

Davi Alcolumbre, que é um estreito aliado do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já recebeu manifestações de apoio da liderança do PSD. A estratégia do partido agora se estende a garantir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a primeira secretaria do Senado, funções consideradas estratégicas para o partido no controle interno da Casa.

Para a CCJ, Otto Alencar (PSD-BA) é cotado como o principal nome, enquanto Daniella Ribeiro (PSD-PB) é vista como forte candidata para a primeira-secretaria. Omar Aziz afirmou, "Vamos sentar com Davi e discutir os espaços que o PSD, como maior partido e bancada, tem direito. A CCJ e a primeira-secretaria fazem parte dessa negociação."

Vale lembrar que o regimento interno do Senado estipula que a distribuição dos cargos deve respeitar, tanto quanto possível, o tamanho das bancadas. Na última eleição, a oposição decidiu lançar um candidato próprio, o que resultou na perda de comissões e cargos na Mesa Diretora.

A aproximação dos Partidos em apoio a Alcolumbre desta vez, especialmente com a participação do PL, que já se antecipou e declarou suporte, mostra uma tentativa de evitar erros do passado e garantir uma fatia do poder na nova composição do Senado.

Davi Alcolumbre já ocupou a Presidência do Senado de 2019 a 2021 durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde então, sua relação com o governo atual, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido objeto de atenção. O líder do PT, Beto Faro, já assegurou que a bancada do PT está alinhada com a estratégia de composição de chapa a partir do aval presidencial.