Nação

'Ela sobreviveu à tragédia, mas o amor lhe custou muito: juíza relata a morte do marido policial no Rio'

2025-04-07

Autor: Fernanda

"Ele não reagiu. Ele agiu para me salvar. Ele deu a vida para me salvar", desabafou a juíza Tula Corrêa de Mello em uma emocionante entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Ela falou sobre a trágica morte do marido, o policial civil João Pedro Marquini, 38 anos, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

O assassinato ocorreu em 30 de março, quando o casal retornava de uma visita à mãe de João, na Serra da Grota Funda, zona oeste do Rio de Janeiro. Eles estavam em carros separados porque João havia levado seu veículo para conserto e estava dirigindo um carro diferente.

Tula viu o carro do marido diminuir a velocidade ao se deparar com criminosos armados em um veículo atravessado, e rapidamente decidiu dar marcha à ré na tentativa de escapar. Infelizmente, isso não impediu que os criminosos disparassem contra o veículo da juíza. Mesmo com a blindagem, ela sabia que o carro não resistiria por muito tempo aos tiros com fuzil. João, para desviar o foco dos atiradores, desceu do carro e recebeu cinco tiros, morrendo no local.

Durante a entrevista, Tula expressou sua sensação de impotência e agradecimento pelo treinamento que recebeu do Tribunal de Justiça e do próprio marido, que a preparou para reações em situações de risco. "Ele me treinou para que eu pudesse usar na prática estes mecanismos de defesa", disse.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o assassinato de João Pedro Marquini. As forças policiais da DHC e da Core realizaram uma operação imediata na área após o ocorrido, mas, até o momento, nenhum suspeito foi preso.

Tragicamente, este não é um caso isolado. Apenas dias antes, em 20 de março, um copiloto de helicóptero da Polícia Civil do Rio foi baleado na cabeça durante uma operação na Vila Aliança, outra área marcada pela violência na zona oeste da capital. Felipe Marques Monteiro, de 45 anos, estava em uma aeronave da Core auxiliar em uma operação contra uma quadrilha de roubos de vans. Ele foi internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, onde continua recebendo cuidados médicos intensivos.

Esses episódios revelam o crescente nível de violência enfrentado pelas forças de segurança no Rio de Janeiro, levantando questões sobre a segurança pública e a necessidade urgente de estratégias mais eficazes para proteger tanto os policiais quanto a população.