A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA gerou um fenômeno econômico significativo nesta quarta-feira (6), com os juros futuros americanos subindo vertiginosamente e o dólar disparando frente a outras moedas internacionais. Os investidores estão atentos, e o que vem pela frente pode impactar o mundo todo!

Os juros futuros são indicativos da expectativa do mercado financeiro quanto à taxa básica de juros dos EUA, a qual será definida pelo Federal Reserve nos próximos anos. Com essa vitória, a expectativa é de um aumento das tarifas sobre produtos importados, configurando um cenário de maior protecionismo para a economia americana.

A elevada rentabilidade dos títulos públicos dos Estados Unidos, conhecidos como Treasuries, atrai investimentos estrangeiros, reforçando o valor do dólar. Nesta quarta, o rendimento dos títulos de 10 anos alcançou 4,47%, um máximo em quatro meses. Essa alta de juros é reflexo da previsão de que o Federal Reserve pode manter as taxas elevadas para controlar a inflação, especialmente se o protecionismo resultar em maiores gastos para os consumidores.

Economistas alertam que a política econômica de Trump poderá intensificar uma guerra comercial, especialmente com a China, e potencialmente afetar as exportações de países emergentes como Brasil e México. O Brasil, em particular, já vê o real se desvalorizando, devido a incertezas fiscais internas e a falta de uma política clara de corte de gastos públicos.

"Os exportadores de commodities, como o Brasil, podem se ver em um contexto desfavorável se as tarifas aumentarem", explica o economista Luciano Costa, da Monte Bravo Corretora. A pressão inflacionária nos EUA pode fazer com que o Fed adote uma postura ainda mais conservadora, o que levaria a uma manutenção das taxas altas por mais tempo. A estabilidade financeira dos EUA assim se torna uma prioridade inadiável.

Como resposta ao crescimento dos juros futuros, o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, registrou um aumento de cerca de 2%. O dólar até atingiu R$ 5,8619 em um momento do dia, mas caiu posteriormente para R$ 5,7098, sendo exacerbado por questões internas no Brasil.

Com os investidores ansiosos, a expectativa em torno da decisão do Copom sobre a taxa básica de juros brasileira também está alta. Projeções indicam que os juros podem subir 0,50 ponto percentual, alcançando 11,25% ao ano. Essa possível alta se alinha com o cenário global de juros, onde a pressão aumenta em resposta às novas políticas económicas de Trump.

E há mais! O Bitcoin, disparando em resposta ao resultado das eleições, alcançou novos máximos históricos, sendo negociado perto de US$ 74 mil. Não se esqueça de que a ascensão do Bitcoin e outras criptomoedas também é atribuída ao apoio inesperado que Trump tem dado ao mercado cripto após sua vitória. Durante a sua campanha, ele comentou que os investidores em criptomoedas ficariam "muito felizes" em sua eventual vitória. No Brasil, a moeda subiu mais de 11%, alcançando quase R$ 443 mil.

Portanto, acompanhando essas transformações econômicas, a intersecção entre política e finanças promete ser um tema quente nos próximos meses, e todos os olhos estão voltados para as consequências globais das decisões de Trump diante de um mundo que já está em efervescência.