Camila Alves e Vanessa Audrey, sobreviventes do naufrágio que ocorreu na Garganta do Diabo, em São Vicente, SP, compartilharam suas experiências traumáticas em entrevista. Na noite de domingo, 29 de outubro, enquanto uma festa animava a noite, o retorno em um barco menor se transformou em um pesadelo.

As duas mulheres conseguiram se salvar ao se agarrarem em pedras próximas à Ilha Porchat, depois que o barco, que levava sete pessoas, afundou. Camila, jovem de apenas 20 anos, compartilhou a sensação de renascimento: 'A gente nasceu de novo', afirmou ao g1.

Dentre os passageiros, além das duas, havia Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, e Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37 anos, que ainda estão desaparecidas. As buscas foram retomadas rapidamente pelos bombeiros na manhã seguinte, mas a esperança de encontrá-las permanece incerta.

Camila e Vanessa, junto com Aline, haviam viajado de São Paulo para participar de uma celebração em Guarujá. Após o dia de festa e diversão, elas tentaram retornar a Santos quando a tragédia aconteceu. Ao se separarem em dois barcos menores, o da aniversariante avançou, enquanto o delas foi atingido por uma onda forte.

Desesperadas, as jovens tentaram subir de volta no barco, mas a embarcação afundava rapidamente. 'Nossa solução foi nos jogar nas pedras para tentar nos agarrar e nos salvar', lembraram. Em meio aos gritos e à luta pela sobrevivência, uma das amigas se agarrou a um colete, enquanto outra se segurava nas rochas.

Após serem resgatadas, Camila revelou as feridas que sofreu devido ao impacto das pedras e a luta contra as ondas. Apesar do sofrimento, a jovem expressou gratidão pela vida. "O Samu chegou e falou que éramos privilegiadas por termos sobrevivido", contou com um misto de alívio e tristeza, já que ainda não tinham notícias de Aline.

A busca pela amiga desaparecida continua e a angústia toma conta dos corações de Camila e Vanessa. Ambas receberam atendimento médico e prestaram depoimentos para a polícia, enquanto aguardam notícias sobre Aline e Beatriz.

É importante ressaltar que a 'Garganta do Diabo', localizada entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, é uma área conhecida por suas fortes correntes e perigosas ondas, atraindo surfistas, mas também apresentando riscos sérios para os navegantes. O local já foi palco de outros incidentes envolvendo naufrágios e acidentes marítimos, o que ressalta a necessidade de precauções na região.