Dormir demais pode ser tão prejudicial quanto dormir de menos – Descubra os riscos
2024-10-25
Autor: Pedro
Estudos revelam que o sono excessivo é mais comum em pessoas que enfrentam problemas de saúde. O médico Eduardo Ruffa destaca que uma pequena porcentagem da população realmente requer dez horas de sono, enquanto a maioria que passa esse tempo na cama, muitas vezes, não consegue um sono reparador. "Dormir dez horas não é indicativo de qualidade, mas sim de eficiência do sono. Isso pode refletir um problema, como a apneia do sono, que dificulta a respiração e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares," alerta Ruffa durante o Congresso Brasileiro de Psiquiatria.
O sedentarismo também pode ser um contribuinte significativo para os distúrbios do sono. Pesquisas mostram que a prática regular de exercícios pode melhorar a eficiência do sono, ajudando as pessoas a alcançarem um descanso de qualidade. Além disso, outro fator a considerar é a presença de condições como a obesidade, que não apenas pode resultar de um sono ineficiente, mas também atuar como catalisador de problemas relacionados ao sono. Com isso, indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 estão nos grupos de risco para desenvolver apneia.
Um fenômeno alarmante no Brasil: sete em cada dez brasileiros relatam possuir algum tipo de distúrbio do sono, com a insônia sendo a mais comum, especialmente entre mulheres e pessoas com baixa renda. É crucial que as intervenções para esses grupos não sejam genéricas e levem em conta a individualidade, especialmente em relação ao ciclo de sono alterado em mulheres na menopausa.
A adoção de hábitos saudáveis deve incluir o manejo do estresse, uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares. Segundo especialistas, promover essas práticas é uma forma de psicoeducação que pode ajudar a prevenir problemas de sono. Contudo, muitos fatores externos, como segurança no ambiente onde se vive, podem impactar drasticamente a qualidade do sono. Como Ruffa explica: "Seu sono não é apenas um problema seu, é um reflexo de todos ao seu redor."
Além disso, a saúde do sono envolve um espectro mais amplo, que cobre fatores culturais, demográficos e sociais, exigindo que ações comunitárias e políticas públicas sejam implementadas para melhorar as condições de vida e, por consequência, a qualidade do sono.
O uso crescente de medicações para insônia é uma preocupação. Medicamentos hipnóticos, apesar de serem frequentemente prescritos, não devem ser a primeira linha de tratamento. O psiquiatra Almir Tavares salienta que o consumo de substâncias como zolpidem e zaleplona deve ser monitorado, pois os efeitos colaterais, incluindo sonolência diurna e problemas cognitivos, são cada vez mais observados. A utilização de melatonina, mesmo sendo popular como um indutor do sono, carece de comprovações robustas para sua eficácia em adultos com insônia.
Portanto, a mensagem é clara: tanto dormir demais quanto de menos pode ser prejudicial à saúde. É essencial buscar um equilíbrio saudável e considerar tanto fatores individuais quanto coletivos para garantir um sono reparador.