Recentemente, João Doria, ex-governador de São Paulo, tomou a ousada iniciativa de se aproximar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma carta dirigida a Lula, Doria admitiu ter cometido "exageros e equívocos" em seu relacionamento político, expressando o desejo de poder ter a chance de dizer que errou. Essa mensagem foi lida por Lula, que reconheceu a atitude, embora tenha ponderado que tornar-se amigo de Doria, que nunca foi seu aliado, seria um passo além do esperado.

A tentativa de Doria de se reconciliar com Lula é parte de um esforço mais amplo que começou meses atrás, quando ele reconstruiu sua relação com Geraldo Alckmin, seu ex-vice e companheiro político. Essa mudança de postura incluiu conversas com outros antigos aliados, como Rodrigo Garcia e Bruno Araújo, reafirmando seu papel como um "João conciliador". O ex-prefeito se distanciou da política no sentido eleitoral, afirmando não ter intenção de retornar a esse campo; no entanto, o que ele realmente busca é consolidar uma rede de negócios e formar uma frente política influente.

Doria, que teve de afastar-se da corrida presidencial em 2022, reagiu rapidamente, reassumindo o comando do grupo Lide, que atua na realização de eventos e na defesa dos interesses empresariais. Apesar de suas declarações sobre se afastar da política, ele parece querer manter uma conexão com os líderes políticos e olheiros do governo, algo que se reflete em suas constantes interações com ministros e governadores de diferentes partidos, incluindo os de orientação petista.

Esse movimento de aproximação é visto como crucial em um cenário onde Doria reconhece a presença de diversas forças políticas competindo por espaço. Atualmente, ele identifica pelo menos seis rivais em seu campo, mas mantém que existe espaço para todos, enquanto reforça sua presença com um número crescente de eventos e atividades internacionais do Lide.

Além disso, a relação com figuras proeminentes, como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que participou de um evento do Lide, sugere que Doria pode estar começando a desanuviar as tensões de seu passado político conturbado com o PT. Doria também mencionou ter se encontrado com diversos ministros nos últimos meses e demonstrado uma disposição para dialogar, independentemente de antigos desentendimentos.

A postura de Doria reflete um desejo de reinventar-se e aproveitar sua experiência anterior para expandir suas conexões no cenário político e empresarial. Este esforço pode muito bem transformar o ex-governador em uma figura central em alianças futuras, mesmo diante de um histórico complexo com figuras chave no governo atual.

E você? O que acha da reconciliação entre Doria e Lula? Será que essa mudança pode moldar o futuro da política brasileira? Deixe seu comentário!