Negócios

Dólar vai despencar? O que o Goldman Sachs revela sobre o futuro do real

2024-09-17

Introduce

A tão aguardada "super quarta" se aproxima e promete agitar os mercados com as decisões de juros tanto do Federal Open Market Committee (FOMC) nos Estados Unidos quanto do Copom no Brasil. Neste mesmo dia, enquanto o Fed deve iniciar um ciclo de flexibilização, cortando juros, o Banco Central do Brasil (BCB) deverá aumentar as taxas em um cenário de forte crescimento econômico, política fiscal frouxa e expectativas de inflação em alta, em meio a um real mais desvalorizado.

Movimento do Dólar

Recentemente, o dólar caiu significativamente em relação ao real, passando de R$ 5,60 na última quinta-feira para R$ 5,50 na última segunda-feira. Isso acontece em meio a uma expectativa de que o Fed possa realizar um corte de 0,50 ponto percentual, mesmo com a moeda americana apresentando uma alta superior a 13% no acumulado do ano.

Análise do Goldman Sachs

O Goldman Sachs, em análise recente, destacou que historicamente, aumentos no diferencial de taxas entre Brasil e EUA geralmente fazem o real se desvalorizar, pois isso reflete aumentos no prêmio de risco. No entanto, há momentos em que esta correlação se inverte, como em 2016 e durante o ciclo de altas de 2021-2022, quando as taxas reais superaram as expectativas de inflação.

Desempenho do Real

Utilizando um modelo de valor justo cíclico, o Goldman avalia que o real teve um desempenho inferior aos outros mercados emergentes em 3,5% desde junho. Esse resultado está muito ligado à divergência nas expectativas de inflação de longo prazo.

Expectativas Futuras

Caso o Banco Central consiga transmitir uma mensagem hawkish e confiável na próxima reunião, isso poderia ajudar a estreitar a lacuna de desempenho entre o dólar e o real, protegendo a moeda brasileira das pressões externas relacionadas ao cenário fiscal e inflacionário. A expectativa é de um aumento moderado na taxa Selic, que pode alcançar 11,75%, partindo da atual taxa de 10,50% ao ano. O mercado projeta um aumento de 0,25 ponto percentual nesta reunião, elevando a Selic para 10,75% ao ano.

Conclusão

Entretanto, é importante ressaltar que para liberar todo o potencial do real, que atualmente apresenta um desempenho inferior em cerca de 8% em relação aos fundamentos, é crucial haver uma clara articulação e compromisso com uma âncora fiscal no médio prazo. A credibilidade nas políticas fiscal e monetária será determinante para a estabilidade e valorização do real. Fique atento, pois as próximas decisões do BC e do Fed podem mudar completamente o panorama econômico e afetar diretamente o seu poder de compra!