Dólar hoje: queda surpreendente em meio a mercados fechados nos EUA
2025-01-09
Autor: João
Nesta quinta-feira, o dólar à vista está em queda, refletindo uma cautela entre os investidores, já que as bolsas dos Estados Unidos permanecem fechadas em razão do funeral do ex-presidente Jimmy Carter. O político, que faleceu aos 100 anos no dia 29 de dezembro, continua a gerar repercussões no mercado financeiro, destacando a sensibilidade do contexto atual.
Os investidores estão especialmente atentos à divulgação de novos dados econômicos previstos para esta semana. O cenário externo ganhou destaque nas primeiras sessões de 2025, especialmente com a iminência da posse do novo governo de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. As especulações sobre as políticas que o presidente eleito deverá implementar estão elevando a ansiedade nos mercados.
Às 13h38, a cotação do dólar comercial caiu 0,67%, sendo negociada a R$ 6,068 na compra e R$ 6,069 na venda. Na B3, o dólar referente ao mês de fevereiro, que é o mais líquido, apresentou uma queda de 0,59%, cotado a 6.095 pontos. O dólar turismo também registrou baixa, com a compra a R$ 6,148 e a venda a R$ 6,328.
Esta semana, a moeda americana oscilou fortemente entre ganhos e perdas. Investidores estão processando informações sobre os planos tarifários de Trump, que parecem suscitar preocupações acerca de um potencial aumento da inflação devido a suas medidas. Em uma reportagem da CNN, foi revelado que Trump estaria considerando declarar emergência econômica nacional, permitindo assim a imposição de tarifas sobre países aliados e adversários.
A forte valorização do dólar em relação a diversas moedas na quarta-feira foi vista como um reflexo desses planos. O cenário se complicou ainda mais quando o The Washington Post trouxe à tona que assessores de Trump iriam focar em tarifas exclusivamente sobre importações de setores críticos para a economia dos EUA.
Economistas se mostraram preocupados com as consequências das promessas de Trump, que incluem cortes de impostos e um controle rígido da imigração, sugerindo que tais ações podem resultar em um cenário inflacionário e manter o juro elevado. Isso beneficiaria o dólar, uma vez que aumentaria os rendimentos dos Treasuries.
Os mercados internacionais observam com atenção os dados relacionados ao mercado de trabalho nos EUA, sendo que o relatório de empregos para dezembro será divulgado na sexta-feira. Indicadores recentes têm sinalizado a resiliência da economia americana, com um mercado de trabalho robusto e uma inflação que permanece acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve. Isso diminui as expectativas de cortes na taxa de juros ainda para este ano.
"Há preocupações quanto à força do mercado de trabalho e à inflação, que, apesar de desacelerar, continua em patamares elevados, assim como as políticas fiscais do governo Trump, especialmente no que diz respeito às tarifas", comentou Marcos Weigt, especialista em Tesouraria do Travelex Bank.
Os comerciantes estão precificando uma alta de 95% nas chances de manutenção da taxa de juros na próxima reunião do Fed, com uma expectativa média de apenas 40 pontos-base de cortes até o fim deste ano.
No Brasil, a atenção dos investidores se volta para o cenário fiscal do país, mesmo após a aprovação de medidas de contenção de gastos pelo Congresso no final do ano passado. A desconfiança persiste em relação ao compromisso do governo em manter o equilíbrio das contas públicas, gerando um pedido por novas decisões que possam controlar a trajetória da dívida pública e restaurar a credibilidade fiscal brasileira.