Nesta quinta-feira (12), o dólar está em queda em relação ao real, marcando sua terceira baixa consecutiva. Essa movimentação ocorre enquanto os investidores digerem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 12,25%, além da sinalização de mais dois aumentos de 1 ponto percentual nas próximas reuniões.

De acordo com o Banco Central, a autarquia vendeu, durante a manhã, um total de 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra. O primeiro leilão, conhecido como linha A, aconteceu das 10h20 às 10h25 e aceitou quatro propostas no valor total de 2 bilhões de dólares a uma taxa de corte de 6,481%. O segundo leilão, linha B, ocorreu das 10h35 às 10h40, com as mesmas condições, mas a taxa de corte foi de 6,156%.

Às 11h53, a cotação do dólar à vista registrava queda de 0,49%, sendo negociado a 5,939 reais. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar para o primeiro vencimento apresentava uma diminuição de 0,87%, cotado a 5,913 reais.

O que motivou essa queda? O aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic pelo Banco Central foi visto como uma medida dura para combater a inflação, que está em meio a um cenário inflacionário restritivo. No comunicado do Copom, foi destacado que ajustes adicionais são necessários para conter as pressões inflacionárias, especialmente em função das anunciadas medidas fiscais pelo governo.

Analistas já esperavam essa mudança, mas o anúncio de mais duas altas foi uma surpresa. Até então, as expectativas apontavam para elevações menores. Matheus Spiess, da Empiricus Research, comentou que a decisão foi uma "bela sinalização", indicando uma possível valorização do real.

Além disso, o diferencial de taxa de juros do Brasil em comparação a países com moedas fortes, como os EUA, se torna mais atraente para investidores estrangeiros. Enquanto isso, o Federal Reserve americano sinaliza uma possível redução nas taxas de juros na próxima semana.

A decisão do Banco Central, que foi unânime entre os membros do Copom, é uma tentativa de fortalecer as expectativas sobre inflação e manter a credibilidade da política monetária no Brasil. O analista Leonel Mattos destacou a relevância da medida para o novo cenário econômico que se aproxima, principalmente com a transição de liderança no Banco Central.

Em resumo, o mercado de câmbio continua a ser influenciado por essas decisões, criando incertezas e novas oportunidades para os investidores. O dólar, em um cenário global de flutuação, apresenta um comportamento volátil e continua a ser um fator de atentção para os operadores de mercado.