Na manhã desta quinta-feira (3), o dólar à vista registrou uma significativa baixa em relação ao real, operando abaixo de R$ 5,60. Essa desvalorização da moeda americana está alinhada com a liquidação global da divisa, impulsionada pelas recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou novas tarifas comerciais consideradas mais severas do que o esperado.

O impacto das tarifas, com um mínimo de 10% sobre todos os exportadores para os EUA, além de taxas ainda mais altas direcionadas a cerca de 60 países, gerou novas preocupações sobre uma possibilidade desaceleração da economia americana. Esse cenário levou os traders a apostarem em cortes mais profundos nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed), o que pressionou ainda mais a depreciação do dólar.

Às 11h39, a moeda americana estava cotada a R$ 5,597 para compra e R$ 5,598 para venda, representando uma queda de 1,78%. No mercado futuro, o contrato de dólar para primeiro vencimento recuava 1,36%, alcançando 5,642 pontos. Apesar da desaceleração, o dólar turismo também teve cotações expressivas, com compra a R$ 5,65 e venda a R$ 5,83.

O anúncio de Trump, feito na quarta-feira, foi denominado por ele de "Dia da Liberdade" e provocou forte aversão ao risco nos mercados. O Canadá já se posicionou prometendo medidas de retaliação, enquanto China e União Europeia também demonstraram intenção de responder às tarifas, aumentando as preocupações com uma nova escalada na guerra comercial iniciada por Trump.

Essa série de medidas pode intensificar o impacto da inflação e provocar uma desaceleração econômica global. O índice do dólar, que mede seu desempenho em relação a outras moedas, caiu 1,9%, atingindo seu menor nível desde outubro.

No cenário doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de um evento intitulado "O Brasil dando a volta por cima", com o objetivo de avaliar seus dois primeiros anos de governo. Esse evento ocorre em meio a um cenário de desafios econômicos e uma queda de popularidade significativa para o presidente.

Economistas e analistas continuam monitorando os desdobramentos dessa situação, uma vez que o impacto das tarifas e a potencial resposta de outros países podem moldar as perspectivas econômicas para o futuro imediato.